Deixa-me só escrever estas linhas no papel antes de esboçar o meu sorriso rotineiro...
Estava aqui a pensar, que não é fácil olhares para o lado e não veres ninguém por perto. Parece que dói aqui dentro, quando pedes ajuda e nenhuma voz ecoa uma resposta. Tens aquela sensação dolorosa, e eu acho que ainda te lembras dela se te esforçares um pouco...daquela sensação imensa de vazio.
Pois é, meu caro amigo, estás simplesmente sozinho! E não tens como o negar, porque toda a gente o vê.
Olhas para aquilo que tens de teu e chegas à brilhante conclusão, que não tens nada. Uma vida própria é uma miragem, porque o destino te pregou uma partida e tu não soubeste vencer o desafio. Então achas preferível esconder a cabeça num buraco bem fundo e enterrar o teu mundo ainda a esbracejar.
E as pessoas que sempre estiveram sentadas contigo prontas para uma boa gargalhada onde estão agora?
Estão a viver porque foi para isso que foram feitas...para viver de cabeça bem erguida.
E tu, onde estás tu? Preso naquele quadradinho que tu chamas de vida, naquele quadradinho tão pequeno que dá para conhecer todos os cantos num passo apressado em apenas um minuto.
Até que essa caixa onde vives não é feia! Todos te dizem que é bem simpática, acolhedora, sempre bem arranjada e aquela jarra de plástico que tens na mesa com o formato de um coração dá-lhe sempre um ar primaveril. Mas fazes bem em esconder sempre as tuas lágrimas no teu peito de cinzeiro, quando chegam os teus convidados. Assim não os assustas logo e eles ainda permanecem no teu lar durante algum tempo. E tu gostas de os ter ali, não gostas? Sei que sim, não adianta negares porque tu não te dás bem com a solidão mesmo que insistas em te isolares nos teus sonhos.
A solidão causa-te arrepios nas costas porque tens o frio colado na pele e o calor da recordação daquele abraço já arrefeceu. Recordação... que engraçado usar esta palavra, até porque é a palavra que melhor te define agora. Tu não passas de uma eterna recordação na vida dos outros!
Eles recordam o teu sorriso esculpido para a fotografia, a tua graciosidade a dançar e a exibir o corpo, a chama dos teus beijos quentes, a metamorfose da menina docemente romântica numa gata com as garras cravadas na cama ...pensando bem, até que não és uma recordação má de todo.
Estás a ver? Não percebo porque é que ainda te queixas com tantas palavras azedas na boca...
Daniela Pereira 28/09/05
Estava aqui a pensar, que não é fácil olhares para o lado e não veres ninguém por perto. Parece que dói aqui dentro, quando pedes ajuda e nenhuma voz ecoa uma resposta. Tens aquela sensação dolorosa, e eu acho que ainda te lembras dela se te esforçares um pouco...daquela sensação imensa de vazio.
Pois é, meu caro amigo, estás simplesmente sozinho! E não tens como o negar, porque toda a gente o vê.
Olhas para aquilo que tens de teu e chegas à brilhante conclusão, que não tens nada. Uma vida própria é uma miragem, porque o destino te pregou uma partida e tu não soubeste vencer o desafio. Então achas preferível esconder a cabeça num buraco bem fundo e enterrar o teu mundo ainda a esbracejar.
E as pessoas que sempre estiveram sentadas contigo prontas para uma boa gargalhada onde estão agora?
Estão a viver porque foi para isso que foram feitas...para viver de cabeça bem erguida.
E tu, onde estás tu? Preso naquele quadradinho que tu chamas de vida, naquele quadradinho tão pequeno que dá para conhecer todos os cantos num passo apressado em apenas um minuto.
Até que essa caixa onde vives não é feia! Todos te dizem que é bem simpática, acolhedora, sempre bem arranjada e aquela jarra de plástico que tens na mesa com o formato de um coração dá-lhe sempre um ar primaveril. Mas fazes bem em esconder sempre as tuas lágrimas no teu peito de cinzeiro, quando chegam os teus convidados. Assim não os assustas logo e eles ainda permanecem no teu lar durante algum tempo. E tu gostas de os ter ali, não gostas? Sei que sim, não adianta negares porque tu não te dás bem com a solidão mesmo que insistas em te isolares nos teus sonhos.
A solidão causa-te arrepios nas costas porque tens o frio colado na pele e o calor da recordação daquele abraço já arrefeceu. Recordação... que engraçado usar esta palavra, até porque é a palavra que melhor te define agora. Tu não passas de uma eterna recordação na vida dos outros!
Eles recordam o teu sorriso esculpido para a fotografia, a tua graciosidade a dançar e a exibir o corpo, a chama dos teus beijos quentes, a metamorfose da menina docemente romântica numa gata com as garras cravadas na cama ...pensando bem, até que não és uma recordação má de todo.
Estás a ver? Não percebo porque é que ainda te queixas com tantas palavras azedas na boca...
Daniela Pereira 28/09/05