A liberdade já não se escreve
com o perfume dos cravos...
andam à solta rosas carpideiras
que pedem pão para a boca
porque os filhos têm fome.
Nas paredes permanecem gritos de revolta
que a geração de hoje
carimba com frases curtas.
Na garganta as palavras não escorrem
falta água para as levar livremente
até ao fim da rua.
Não há religião que salve o ladrão
que te vai roubar...
Há dinheiro nos sonhos de quem trabalha
mas alguém fez buracos nos bolsos
e não há migalhas para distribuir
pelos que suplicam uns míseros tostões
porque há frio na rua.
Há quem queira correr o mundo por aventura...
e quem já não encontre no seu país uma porta aberta para o futuro...
Morremos longe
porque a pátria já não nos acolhe de braços abertos e com comida na mesa.
Somos o manjar da bela Europa....
A liberdade tem no pensamento a sua maior força...
e os novos cravos que supostamente nos querem salvar da bancarrota
enchem a barriga com caviar antes de apregoar a sua revolta.
Daniela Pereira
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