quinta-feira, junho 28, 2007
Pinta-me de cinzento!
disaffected by ~nosurp on deviantART
Deito-me numa rocha imaginária...
Não tenho tempo
Para escolher uma cama mais mole
porque hoje a mente está dura comigo...
Fecho os olhos...
As cores que pintam o mundo
Metem-me nojo
Porque inspiram os quadros dos amantes
E o amor deixou-me tinta cinzenta nos dedos.
Então...fecho os olhos!
Não há mais céu
com o seu azul a acenar
apelando para a ternura dos corpos verdes.
Não há mais mar...
E ainda bem
Que ele se evaporou vestido de branco
Porque hoje até na maré negra me afogava
De tão pesado que estou a sentir este peito.
Sonhos de algodão doce...
Afinal eram sonhos de algodão em rama...
Para curar as feridas
Que se adivinhavam no fim.
Dá-me luz!
Peço eu à escuridão adormecida...
À nuvem que atravessa o meu nevoeiro...
Dá-me luz!
Faz-me esquecer as verdades...
Ou então inventa novas mentiras
Para eu acreditar.
Não gosto de me sentir assim tão vazia...
Se calhar não estou vazia...e afinal estou mas é cheia...
Demasiado cheia de sentimentos inexplicáveis
Para que em mim possa caber
Algum amargo de boca descartável
Se não...
Hoje espumava de raiva
E odiava de morte
A minha franca estupidez.
Estou lotada!!
Com lotação esgotada...
Não fico mais à porta de sorriso cruzado
À espera que o meu sonho
compre um bilhete para conhecer o mundo
de mãos dadas comigo
Pinta-me mas é de cinzento...
Porque a dor
É para curar com pinturas de guerra.
Daniela Pereira
sábado, junho 09, 2007
Noite salgada
Voz-Rui Diniz-Ex-Lyra | ||||||
|
Noite...
noite fria sem gelo nas pontas
tens orvalho nos olhos e não és manhã
tens rios que correm fugindo do mar
e luas que se escondem por detrás das estrelas..
Viste o meu amor por aí a vaguear?
Dei-lhe tantos braços…
que fiz dos meus abraços rotinas
Dei-lhe tanta guarida…
que fiz do pão..colheres de mel para a boca
que fiz do mel..uma cama densa
Noite...
Que conheces todos os amores que achei perdidos…
Que viste com que força entrei nas suas almas…
Porque me deixas tão fraca e só?
Porque me tiras um pedaço
se eu só tenho espaço para dois no peito?
Se me escavas mais fundo...não tens como cobrir de novo este buraco imundo
Noite…
Que és minha amante
e minha mãe
Porque me deixas chorar com palavras vãs?
Porque levaste de mim o sorriso
e me deixaste na boca um lamento?
Noite..
que és minha e tua...
Diz-me..
Quando chega de novo o dia?
Daniela Pereira
(Escrito com a cumplicidade de um certo "Mateus")
noite fria sem gelo nas pontas
tens orvalho nos olhos e não és manhã
tens rios que correm fugindo do mar
e luas que se escondem por detrás das estrelas..
Viste o meu amor por aí a vaguear?
Dei-lhe tantos braços…
que fiz dos meus abraços rotinas
Dei-lhe tanta guarida…
que fiz do pão..colheres de mel para a boca
que fiz do mel..uma cama densa
Noite...
Que conheces todos os amores que achei perdidos…
Que viste com que força entrei nas suas almas…
Porque me deixas tão fraca e só?
Porque me tiras um pedaço
se eu só tenho espaço para dois no peito?
Se me escavas mais fundo...não tens como cobrir de novo este buraco imundo
Noite…
Que és minha amante
e minha mãe
Porque me deixas chorar com palavras vãs?
Porque levaste de mim o sorriso
e me deixaste na boca um lamento?
Noite..
que és minha e tua...
Diz-me..
Quando chega de novo o dia?
Daniela Pereira
(Escrito com a cumplicidade de um certo "Mateus")
domingo, junho 03, 2007
Acordar com vontade de esquecer
3eme main by ~Nads-pix on deviantART
Dizem que amar as palavras
Com poucas moedas nos bolsos…
É como amar uma paixão vadia.
Mas mesmo sabendo
que o meu corpo ao morrer
se irá desfazer em ossos pedintes nas ruas
e que na minha despedida
o mundo inteiro
vai querer doar a minha carne ao esquecimento
Sou bem capaz
de morrer feliz
nesta pobreza…
E se a morte for tão doce
Como as palavras que dei em vida…
Sei que deste amor
Com que eu sempre escrevi
nas costas da minha alma…
O mundo nunca terá coragem
de não se lembrar.
Daniela Pereira
(Direitos Reservados)
Com poucas moedas nos bolsos…
É como amar uma paixão vadia.
Mas mesmo sabendo
que o meu corpo ao morrer
se irá desfazer em ossos pedintes nas ruas
e que na minha despedida
o mundo inteiro
vai querer doar a minha carne ao esquecimento
Sou bem capaz
de morrer feliz
nesta pobreza…
E se a morte for tão doce
Como as palavras que dei em vida…
Sei que deste amor
Com que eu sempre escrevi
nas costas da minha alma…
O mundo nunca terá coragem
de não se lembrar.
Daniela Pereira
(Direitos Reservados)
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