quinta-feira, setembro 27, 2012

Constatação...

Há portas fechadas, que não se deviam abrir e caminhos que definitivamente não devíamos cruzar. Mas se fecharmos todas as portas por sentirmos que o vento que nos empurra os dias é demasiado forte...teremos a palavra "medo" amarrada no fundo das costas,como se fosse uma pedra nos rins que teimosamente pede para não sair. E se eu fui pela curva da esquerda, foi porque não conhecia nada ali, tudo me
era estranho, mas tudo me era francamente diferente e a diferença contraria a monotonia,logo sabemos que é por isso cativante. Agora, caminhos sem lombas ou buracos escondidos, não existem na auto-estrada dos teus dias..mesmo quando finges que vais mais longe pelo teu próprio pé.Mas quando vês passadas as horas..vês os dias que já ficaram para trás e contas os anos que marcam rugas no teu rosto.. Então,pensas resignado..."Devia ter pedido boleia ao colo de alguém".
Daniela G.Pereira

quinta-feira, setembro 06, 2012


Mordes-me a alma...
como se ela já estivesse delirante e madura.
Mas ela ainda se olha ao espelho
caprichosa e verde de desejos por ti.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Liquidificar instantes...






Não te amar nos pontos mais seguros da tua alma tresloucada...dá-me vómitos. És como uma recta infinita que ninguém reconhece ser paralela a uma qualquer estrada. Mas mesmo assim, eu caminho-te. Caminho-te,porque te amo os passos mesmo que eles me afundam o destino.
Dás-me vertigens... rodas-me a cabeça para que eu esqueça por breves momentos o que é pensar. E eu não penso, escolho voar com a razão presa à profundidade dos teus beijos.
Não te amarrar com pontas seguras...deixa-me livre para te solidificar por aí.

Os dias não sofrem...ouviste alguém dizer


Tenho o olhar roto ...
furado no horizonte que não alcança
espetado numa sombra qualquer
que te alimenta as lembranças.

Tenho o olhar deprimido...
Farto de esperar que o tempo escoe os dias mais depressa
que grão a grão investem no teu corpo
como touros enraivecidos.

Os dias não sofrem!...ouviste alguém dizer...
Mas a manhã sangra nevoeiros no teu peito
e tu tens dificuldade em acreditar
que do teu ventre morno ainda vão nascer ardentes veias.
Então remendas o teu olhar com fios maduros
para que os teus olhos verdes depositados na terra
para mim ...já não se abram.


Tenho o olhar sofrido...
Mas, as noites não choram...ouviste alguém dizer..
e na tua boca enterramos as esperanças .

Daniela G. Pereira
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