sábado, setembro 16, 2006

À luz de duas velas quase apagadas...




Não preciso de olhar
quando quero sentir
porque a dor sente-se no peito
e os meus olhos só sabem chorar por ela.

E se os beijos...
Os doces beijos
são sempre dados de olhos fechados
quando a boca dou a outra boca...
quando os sentidos despertam cegos
nesta cama de veludo vermelho
que nos meus lábios faço.
Então...
Para quê olhar?

Porque teimo ainda em sentir de olhos abertos?

Talvez se fechasse este olhar
numa redoma de vidro
e aprisionasse o pensamento
num nó bem dado na cabeça
saberia de cor que a escuridão
será sempre o cenário perfeito para amar
e deixaria de procurar a verdade
à luz de duas velas quase apagadas.

Daniela Pereira-16/09/06

1 comentário:

zharpah disse...

Gosto da forma como deixas em aberto todos os outros sentidos para além da visão real das coisas ou sentimentos! Palavras que transparecem verdadeiro sentimento. Continua... ;)