Ato-me às palavras que escrevo
deixando-me sufocar aos poucos
e numa punição merecida
escrevo o que me chega à boca.
A noite está aqui ao pé de mim
e com o seu ar contemplativo
vai-me apalpando os dedos transpirados.
Enquanto ela lhes percorre a pele
desce-lhes em vão o suor
até à ponta das unhas
no esforço de me calarem os sentimentos no peito.
Mas eu não posso calar esta indignação
que me percorre a carne ate aos ossos
e se não a posso explodir com um pavio curto
então... faço-a em pedacinhos à minha maneira!
Hei-de vê-la rendida num canto qualquer do papel
suplicando que a poupe de um perdão
só pelo desejo de morrer mais depressa.
Por isso Noite...
Diz às tuas palavras mulatas
que mesmo com os dedos adormecidos de cansaço
ficarei com elas ate que chegue o teu fim.
Blueiela
2 comentários:
E dessa forma, não haverá fim..
Unicus :)
Obrigado pela visita ao Devaneios...
Parece que tens razão...desta forma nunca conseguirei dar um fim ás palavras. Mas eu gosto delas e desconfio que elas por vezes também gostam de mim:)
beijinhos
blueiela
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