Foto by DeviantArt-Voyage Immobile by *Alyz
Entra…
Bate à porta e entra devagar
Hoje o meu peito está aberto
Para quem o quiser ver.
Não o reconheces assim?
Parece-te vazio e sombrio?
Que pena….
Não é impressão tua
Ele agora é assim..
Negro…feio e oco de beleza.
Atirei tudo boca fora…
Tudo…
Não vi se era mau ou se era bom
Se estava ali encolhido a um canto a murchar
Então é lixo
E como lixo por mim será tratado.
Dizes que não querias que eu me sentisse assim?
Não acredito
Porque ou estavas surdo quando te supliquei uma palavra
Ou então tapaste os ouvidos para não ouvires os meus gritos…
E isso não te desculpa
Nem te tira o peso da culpa
Por me teres morto por dentro
Por me teres feito sentir
Que a palavra Confiança era só mais uma miragem
Por teres apedrejado o meu coração
Com pregos de aço
Por me ensinares que as feridas
Por mais que doam
sempre se suportam
basta que se ame muito quem nos feriu.
Amar é uma loucura…
Odiar um caminho sem regresso
Fico-me pela ponta da navalha
Suspensa por cima de duas estradas
Curvando-me na direcção que o vento quiser.
Agora vai…
Já moras cá dentro
Tatuado em sangue neste chão de carne
Deixa que o odor forte
Te indique um dia o caminho de volta.
Mas se quiseres regressar
Trás contigo sonhos que cheirem a novo
Para pendurares no meu pescoço
Porque os que eu tinha semeado na pele
Estão podres graças a ti.
Daniela Pereira-11/04/07
2 comentários:
Bonitas e sentidas palavras de dor...!
Acima de tudo, senti...depois gostei...!
Não preciso explicar mais pois não?
(Vim parar aqui através do Estudio Raposa)
Um beijo para ti...e um sorriso!
Magia :)
Como é bonito,poder tratar alguém por um nome assim...
Obrigado pelas tuas palavras...sabe tão bem receber esse teu apreço.
Adorei a experiência da poesia na voz do Luis Gaspar...Ainda bem, que foi um passo para encontrares este espacinho.
Beijinhos azuis
Blue
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