segunda-feira, julho 07, 2008
Por coisa nenhuma e por uma coisa de nada...
És o meu amor de coisa nenhuma..
e por coisa nenhuma assim te fizeste em mim...
Se o mar tivesse voz e não um rugido rabugento...
à muito que teria dito...
Basta, desta onda alucinada
tu não levas mais nada!
E eu teria deitado as lágrimas na areia..
teria escondido o rosto num rio improvisado
e só quando o mar
me cuspi-se para fora
eu saberia a verdade...
e não precisaria de coisa nenhuma
para a saber...
Que és um gesto no meu olhar...
uma gota de luz sombria
que na cor disfarça
todas as sombras...
Arco-íris de tudo e todos os sabores
a rasgar-me o céu
com a boca cheirando a fumo
e eu não morro sufocada...
habituo-me ao teu gosto
e fumo-te os lábios
até à exaustão dos meus pulmões...
E assim..
por coisa nenhuma e por uma coisa de nada
aqui ficaste no meu corpo...
a atravessar a minha alma
de lès a lés
como se eu fosse um quilómetro ainda por percorrer
mas já tão batido pelos teus passos
que em pouco tempo
lhe adivinhaste toda a paisagem...
E o que nasceu por coisa nenhuma
parece querer morrer por uma coisa de nada...
Daniela Pereira
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2 comentários:
As suas palavras, valem mais que mil imagens, não que não seja bonita, permita-me, mas porque encerram e si imagens de plenitude, e de vazio... Imagens por nós tando apreciadas... e às vezes tão dificeis de passar para o papel que era bem mais fácil tirar uma fotografia.
Parabéns, sinceros.
"Arco-íris de tudo e todos os sabores
a rasgar-me o céu
com a boca cheirando a fumo"
Gostei do poema,em especial destas três linhas.
Beijinhos.
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