segunda-feira, agosto 25, 2008
Nas Águas do Verso
No cantinho do Devaneios aqui vos deixo uma boa nova...a minha participação numa colectânea de poesia que já se encontra disponível. O livro "Nas águas do Verso"... escrito a 100 mãos com muita alma..sorrisos e sal...
Aqui deixo o meu agradecimento ao João Ferreira e ao Pedro Lopes por fazer parte deste projecto de partilha das palavras de um mundo onde a poesia é um rio de sentimentos puros e transparentes...
Nas Águas do Verso é uma colectânea poética idealizada e coordenada por João Filipe Ferreira e Pedro Lopes.
Nesta obra é possível encontrar textos poéticos de 100 autores tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo.
Uma obra onde cada poeta expressa livremente as suas palavras, as suas emoções, visões e estados de espírito.
Em Nas Águas do Verso o leitor poderá navegar calmamente na beleza da poesia e da prosa poética, sem nunca perder o rumo, sem nunca se afogar nas palavras.
Com muito prazer, os autores oferecem-lhe esta obra que consideram ser tremendamente rica em poesia.
Sejam bem-vindos ao barco poético e uma vez nele, desfrutem da beleza das Águas do Verso.
Titulo: Nas Águas do Verso
Subtítulo: 100 Autores - 100 Poemas
Editor: Edições Ecopy
Colecção: Poetas Contemporâneos
Ano de Edição: 2008
N.º de páginas: 128
ISBN: 9789898080684
EAN: 9789898080684
Dimensões: 20,5 x 14,0 cm
Um livro fantástico, com textos de 100 pessoas tão diferentes que se unem para criar uma obra de imenso valor... Recomendado a quem aprecia a arte de ler e a magia das palavras...
Onde comprar:
Editora Ecopy
ecopy@macalfa.pt
Livraria Leitura (Porto)
http://www.livrarialeitura.pt
Rua de Ceuta, Nº 88
Telefone 222 076 200
Livraria Byblos (Lisboa)
http://www.byblos.pt/
Rua Carlos Alberto Mota 17 Edíficio Amoreiras Square
1070-313 LISBOA
Bulhosa Books & Living
Galeria Comercial das Amoreiras ( e restantes Livrarias Bulhosa)
Av. Engenheiro Duarte Pacheco, s/n Loja 1129
1170-103 Lisboa
http://www.bulhosa.pt/
segunda-feira, agosto 18, 2008
A folga do poeta...
Apetece-me escrever sobre o mar...
Sobre as ondas que nascem tão cheias de orgulho e fortes
e depois logo morrem com vergonha de engolir o mundo
numa só vaga...
Apetece-me escrever sobre o céu...
Aquele infinito que tantos poetas cantam no papel
mas quando olho pela janela...
vejo nuvens e mais nuvens...
e nem se quer sabem a algodão doce
porque já as tentei soprar , mas são tão espessas
que nada as remove do meu cenário
pintado com tinta azul...
Alguém roubou todas as cores do meu tinteiro...
e eu imagino um horizonte coberto de tons cinza...
Apetece-me escrever sobre o amor...
Aquele sentimento tão imenso
que nos leva a ser crianças 24 horas por dia
sem nunca hesitar em dar o salto...
o salto em queda livre...
a queda para o precipício..
O Amor...
Divino...sorrateiro...encantador....
Farpa que cega o olhar mas o rasgo fica no peito...
Gesto celestial de entregas e partilhas
por vezes tão debilmente equilibradas...
Eterna fonte da juventude...
curiosamente salgada quando chega ao fim...
A única eternidade que termina..
mas não é falsa...é só fraca
porque se deixa abater bem devagar
batendo com a cabeça contra os teus sonhos.
Apetece-me escrever sobre o ódio...
Sentimento banal mas recheado de tanta verdade
naqueles ossos ingratos...
Tem lágrimas geladas a caírem-lhe incessantemente pelo rosto abaixo
por isso dizem que o ódio é um sentimento feio...
e ele acredita e sente raiva por ser assim..
um monstro tão hediondo
que na verdade só quer voltar a ser bela adormecida...
pura e doce
sem mágoas nem despedidas a rasgarem-lhe a carne de seda...
Talvez por isso o ódio não goste de mim..
não se dê bem com o ar que respiro...
Sabe que já fui fada e tinha magia na ponta dos dedos
e que bastava abanar uma varinha de condão
para esquecer que o ódio existe
porque só o mel me entrava regularmente na boca...
Mas eu também não gosto dele...
calha bem..
assim o nosso Amor não resiste...
E o mar ainda tem ondas
e vagas fortes para me afogar
se me fartar da tranquilidade dos rios...
E o céu ainda pode ser pintado por mim
com a cor que bem me apetecer...
Por isso se acordar com vontade de o ver púrpura..
púrpura para mim será!
E de nada vai valer ouvir vozes de burro
pedindo estrelas e luares de prata
porque se eu quiser dentro de mim
o céu também pode ser breu
como pode ser um arco-íris
com cores nunca vistas pelos mortais...
Porque se eu quiser ser Feliz...
não há dor nenhuma no mundo
que me consiga impedir
de sorrir de novo para o mundo...
nem que tenha que construir o meu sorriso
dente por dente...
Por isso..
Hoje não acho que não me apetece escrever sobre nada...
escrevam vocês por mim...
escrevam vocês em mim...
porque hoje os meus dedos
têm fome de leitura...
Daniela Pereira
Direitos Reservados
quarta-feira, agosto 13, 2008
O invulgar silêncio do teu grito
Se as palavras já não entendes
porque hei-de eu deixar sair letras vazias
salivadas no canto da minha boca?
Gritar com a voz partida
já não quebra os teus muros de aços
e os meus ecos são realidades
tão banais de tão permanentes
que se tornaram pela noite dentro...
Ruídos naturais
que já não incomodam ninguém...
nem os mosquitos mais insistentes
os escutam por debaixo
do zumbido das tuas asas...
muito menos tu
que te tornas-te imune à dor
que não queres tua...
Penas já não tens
a revestir o teu corpo
porque ele revelou ser
apenas uma chama
e tudo queima em seu redor...
Anjo mudo...
com o coração cravejado com espinhos incertos
e flores naturais com pétalas já secas
que não regas com as lágrimas
que roubas às almas mortais...
Deserto de vidas encontradas ao acaso
e oásis de sonhos famintos...
Se nas minhas palavras...já não matas a tua sede
Porque hei-de eu ser para sempre
escrava do teu silêncio..
se o meu grito é livre?
Daniela Pereira
Direitos Reservados
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