Pedes-me paz...
mas eu nunca te dei a guerra.
Não viste a flor branca que me prende o cabelo?
E a pomba que trago aninhada no meu colo...
Foi com penas dela que todas as palavras escrevi.
Mas o mar só me devolveu silêncio
e rochedos que rugiam baixinho
na maré baixa dos meus sonhos.
Fiz barcos de papel
com poesia nas velas...
e a bordo iam lágrimas de saudades
apertadas umas contra às outras...
Pintei estrelas com as poucas cores
que guardei junto ao peito..
Inventei abraços no vazio
que nunca chegavam.
Olhei espelhos
na esperança de ver algum reflexo
esculpido nas sombras...
tão cansada que me senti
da estúpida escuridão.
Pedes-me paz...
mas só me acusas
de me render à guerra...
Daniela Pereira
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