A porta está aberta...
Mas o sol não vai entrar
onde há um vinho alado pousado sobre a mesa
e dois copos de cristal por servir...
Estão nas paredes os novos quadros
que o rosto da rosa na tela pintou...
O tempo assinou a obra que o teu olhar por moeda alguma vendeu...
As cortinas choram lágrimas de renda
e a janela escreve notas de orvalho
como uma escrivã solitária que a luz das sombras o corpo seduz.
A porta está fechada...
A página passou dois minutos em branco
e aquecida na lareira
nasceu mais uma hora
e uma palavra morreu vestida de chamas.
Daniela Pereira
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