segunda-feira, novembro 14, 2011

Dois minutos a respirar em branco...




A porta está aberta...

Mas o sol não vai entrar

onde há um vinho alado pousado sobre a mesa

e dois copos de cristal por servir...

Estão nas paredes os novos quadros

que o rosto da rosa na tela pintou...

O tempo assinou a obra que o teu olhar por moeda alguma vendeu...

As cortinas choram lágrimas de renda

e a janela escreve notas de orvalho

como uma escrivã solitária que a luz das sombras o corpo seduz.

A porta está fechada...

A página passou dois minutos em branco

e aquecida na lareira

nasceu mais uma hora

e uma palavra morreu vestida de chamas.

Daniela Pereira

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