segunda-feira, março 05, 2012

O sabor de nenhuma lembrança...


O meu corpo pediu licença para aterrar na tua boca

como um beija-flor perdido num só flor...

Despiu-te o ódio de não seres alguém e vestiu-te com o amor mais puro

com botões de rosa sangue latejando nos olhos.

Não vi a tua alma encerrada e por isso abri o teu peito com os dedos em luva...

O teu interior não tinha nada, mas lá eu vi um céu de estrelas claras...

Então entrei na tua mágoa com a dor presa em mim até aos joelhos

e sem medo da escuridão que irradiava no teu quarto

adormeci na curva mais quente da tua pálida história.

Daniela G. Pereira

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