quarta-feira, novembro 28, 2007

O Livro Afectos Obsessivos



O livro Afectos Obsessivos - A poesia curiosamente sem açúcar,Edições Ecopy de Daniela Pereira

Reserva de exemplares com dedicatória minha e com muito prazer:),através do email:ielapausas@gmail.com ou através do meu hi5: http://BLUEIELA.hi5.com


Outros Postos de venda:

Livraria Leitura
Rua de Ceuta 88
4050-189 Porto


Livraria Buchholz. Lda
Rua Duque de Palmela, 4
1250 - 098 Lisboa

Catálogo on line das Edições Ecopy:Colecção On Demand

http://ecopy.macalfa.pt/

quinta-feira, novembro 22, 2007

Apresentação do livro Versos nus de Tiago Nené




Aqui fica o convite do poeta Tiago Nené,para que estejam presentes dia 24 de Novembro,pelas 16h na Fnac do Algarve Shopping para a Apresentação do seu livro Versos Nus...
Como não poderei estar presente, aqui ficam os meus votos para que seja um sucesso e um momento especial para ti,Tiago:)

Toda a informação da página do autor em http://www.tiagonene.pt.vu/

Obrigado


beijinhos

daniela pereira

quarta-feira, novembro 21, 2007

Afectos Obsessivos





O Livro Afectos Obsessivos-A poesia curiosamente sem açúcar de Daniela Pereira-Edições Ecopy:

Pedido de informações para o email:ielapausas@gmail.com ou através do hi5: http://BLUEIELA.hi5.com

terça-feira, novembro 20, 2007

Um livro infernal com olhos de anjo




Lê-me por favor!
Tira-me da estante e rouba-me a poeira do corpo...
Quero ser o teu tesouro mais bem guardado...
o teu objecto preferido.
Lê-me apressado
ao chegares a casa depois de um dia de trabalho...
ou então , lê-me descansado
num sofá juntinho à lareira.
De cigarro na mão...se quiseres ser um leitor com estilo...
Ou então,não fumes...se o fumo te incomodar.
Mas não me deixes esquecida
a sufocar com ele num canto.
Lê-me nos versos puros
com olhos de quem devora a sua última estrofe de carne.
Absorve-me no odor preso à capa
porque passeias nas minhas linhas
a imaginar todas as viagens que realizei com os meus dedos.
Leva-me debaixo do braço...
sempre segura ou só aconchegada...
mas mostra-me o sol que brilha lá fora
para eu ganhar outras cores.
Lê-me com cheiro a mar
ou molha-me com pingos de chuva
mas não me deixes com o sorriso humedecido.
Lê-me em poemas
e mostra-me emocionado
que me adivinhas as histórias...
mas lê-me inteira e com amor!
Procura-me nos segredos e folheia-me com cuidado...
Tens medo de me estragar a beleza
com a avidez do teu toque.
Saltita-me com os dedos no papel
e espreita-me nas palavras como se fosses um miúdo curioso.
Mas..não morras inculto de mim!
Partilha-me as emoções e empresta-me ao vizinho do lado...
mas promete-me que vais perder a cabeça
se me devolverem com os sentimentos machucados.
Fechas-me os olhos...?
Será que já te sentes cansado desta leitura...
supostamente infernal?
Então...atira-me à fogueira platónica
e quando me vires sucumbir nas chamas
com os sonhos a gritar de dor...
Recorda-me que fui sonhadora
e que com olhos de anjo ...sonhei para ti.
Depois...
Deixa-me voar
com letras queimadas na boca e cinzas fundidas ao peito...
Cheguei ao fim!

Daniela Pereira
Direitos Reservados

P.s:Post também editado no blogue das artes em http://bloguedasartes.blogspot.com/

quinta-feira, novembro 15, 2007

Blogue das Artes

:)Olá a todos os visitantes do Devaneios


Quero aproveitar este ar saudável das palavras que por aqui respiro...para vos dar a conhecer mais uma lufada de ar fresco.
O Blogue das Artes...um espaço fundado por Tiago Nené e Duarte Temtem.É um ponto de encontro de artistas e amantes da arte em geral.
Tive o prazer de ser convidada a participar neste projecto e por lá ando a divulgar a poesia:)
Passem por lá...vale a pena!
Deixo aqui o endereço... http://bloguedasartes.blogspot.com/

Bons devaneios


Daniela Pereira

quarta-feira, novembro 14, 2007

O Perfume mais que perfeito

Aqui fica a minha escolha para um perfume mais que perfeito... :)
Aproveito para deixar aqui o convite a todos os que aqui passarem,a visitarem um novo espaço...o sitio irreal. Um blog onde as ideias de 3 pessoas se fundem num só pensamento...eu estou por lá;)
O tema sobre o qual divagamos neste momento é o "perfume"

http://sitioirreal.blogspot.com/



Hoje queria perfumar as palavras...
Estou cansada
de as ver com cores desfocadas
e quero tanto encher o ar
com odores pintados.
Não quero escrever um mundo cinzento...
quero cheirá-lo e senti-lo doce...
quero tocá-lo e sentir os dedos pegajosos
para deixar as palavras coladas
na moldura dos rostos distraídos que vejo a passar.
Mas que perfume escolher?
Que odor posso deixar pingar
na pele de uma letra?
Chocolate ou baunilha...
São doces na boca
mas se eu deixar cair uma lágrima
não matarei a doçura do papel?
Gosto do aroma do vento...
Sim,porque o vento tem perfume...
Cheira a amores abraçados
despidos à beira do mar
e a sonhos soprados em segredo no horizonte.
Mas será que o vento
vai se deixar prender numa garrafa de vidro
só porque eu quero perfumar um poema?
Talvez tenha que aprender
a amar apenas
o perfume dos corpos
nas memórias que flutuam junto ao peito...
Mas hoje vou mergulhar
despida no vazio...
Quero ouvir o sussurrar
do meu perfume
mais que perfeito.

Daniela Pereira
Direitos Reservados

domingo, novembro 11, 2007

Quentes e Boas...




Olhem para as palavras...
Tão quentes e boas quentinhas...
Chegam aos molhos como as cerejas
para matar a fome
e há que devorá-las antes que arrefeçam.
Tão quentes e tão boas
assim...quentinhas...
Abraçadas...
só podem trazer muito mais calor para casa.
Olhem para as palavras
embebidas em vinho
e ensopem a língua do poeta
que triste passa os dias
a salivar por elas...
Hoje sonha que a poesia
tem gosto a castanhas
e apregoa para todo o mundo ouvir...
Olhem para as palavras...
Tão quentes e boas quentinhas...
A estalar num coração
que se quer sempre na brasa!



Daniela Pereira
Direitos Reservados

segunda-feira, novembro 05, 2007

Vives nas Quatro Estações...e eu vivo só...


wonder by *omGermDiggity on deviantART

E se o Inverno chegar
com lábios frios e promessas geladas...
ainda fará sentido
guardar o teu Verão no meu peito?
Sonhar que o sol
foi pintado por ti
numa manhã
só porque querias
afastar melancolias do parapeito da janela?
Talvez a Primavera
seja a estação ideal
para este desejo...
Tem a melodia dos pássaros na algibeira...
as flores para vestires e eu despir...
os rios serenos para prendermos o olhar
e os dias de luz
com poucas sombras a esconder o teu rosto.
Mas por enquanto...
temos o nosso Outono
gravado em todas as folhas caídas.



Daniela Pereira

segunda-feira, outubro 29, 2007

Eu e o meu medo...o meu medo e Eu...




EStou deitada de olhos presos num tecto pintado de branco e o tempo passa devagar...

Tenho os olhos pesados pelas lágrimas, mas não os consigo fechar e as horas vão passando todas iguais...estupidamente iguais, só porque não tenho forças para adormecer com tantos pensamentos a correr cá por dentro.

Sinto medo...de quê?Não sei!Mas é medo aquilo que sinto...

Tento explicar o que ele me faz sentir e reviro todas as palavras que conheço e até invento algumas...

Crio paisagens com os dedos, e só para fugir do escuro, imagino que planto candeeiros no cimento e fico à espera que a luz nasça em mim como se de uma flor tardia se tratasse.E são os meus olhos que esta noite a vai regar...

Eu sei que tudo á minha volta está calado...mas ouço gritos sem voz que me baralham a paz e me lançam para outras guerras e eu vou...

E o medo dá pontapés cá por dentro e grita...És culpada da escuridão e de todos os males que no teu mundo se atravessam sem pensar.Então..eu arranco a minha mente e flutuo vazia sem hesitar...

OK-Do you want something simple?The Gift



Cruelmente...Daniela

quarta-feira, outubro 10, 2007

A fobia de um poema




Hoje fiz um poema...

Abri o peito devagarinho
e baixei a cabeça para deixar sair uma letra de cada vez ...

Mas quando ergui o olhar
estava cercada por um mar de palavras.

Como não sei nadar... fiz-me ilha a flutuar
e procurei um barco de papel ainda vazio em todas as gavetas.

Mas todas as folhas que possuía
navegavam cheias de pensamentos ...
e o meu corpo não tinha espaço para atracar.

Então, encorajada pelo medo da água bravia...
descobri que tinha asas escondidas nos dedos
e tatuei na pele borboletas para voar mais serena...


Direitos Reservados
Daniela Pereira

sábado, outubro 06, 2007

Pulsações nocturnas...




Estás aí?

Sabes dizer-me
porque é que esta noite
este amor perdido
ainda doeu cá por dentro?
Porque é que o mundo
tão esperto e sabido...
não consegue sentir
o meu desespero
quando na minha cabeça
nascem poemas à toa
a cada segundo de escuridão?
Como dói...
não saber como pregar
folhas de papel no ar
e sentir que da respiração
não escorre tinta
porque a tua boca
nunca poderá segurar uma caneta.
E se me esqueço
de uma só palavra que seja?
Saberei amanhã
descrever com exactidão
o que me fez sentir esta dor...
Ou lamentarei ao acordar
por não lhe ter decorado o rosto?
Ainda ouves as minhas dúvidas...
ou pensarás tu
que és rei e senhor de todas as certezas!
E eu?
Quanto tempo mais
ficarei aqui...?
Assim...agarrada às 24 horas do relógio
a dar murros na cama...
à procura de uma navalha
esquecida debaixo do travesseiro...
Quero ver se a lâmina
faz feridas na pele
se eu ousar virar a carne do avesso
Pára de chorar!
Digo eu...a mim mesma
revoltada com as lágrimas
que desperdiço para o chão.
Pára de chorar aí dentro...
Grito eu para o coração
que se agita no peito...
Não sabes,
que lá fora
só existem bocas a sorrir?
O amor é uma dávida
e quem ama vive contente
diz o mundo apaixonado
com o Sérgio Godinho nos olhos...

Então...
Porque sentes
que ter amado intensamente não chegou
para matar a tua tristeza!
Que tanto amor inventado
e tantas formas de amar por ti descobertas
foram todas em vão...
A felicidade não te ama...
seduz-te e faz-te carinhos
mas vive com molas amarradas aos pés...
porque logo te abandona
num salto.
Mas como pode ela abraçar-se a ti?
Se nos teus olhos
nunca ninguém viu o pulsar da tua alma...


Daniela Pereira
Direitos Reservados

sexta-feira, outubro 05, 2007

Mais de 1000 razões...para não deixar o mundo no prato




Hoje, tenho mil braços...

e apesar de serem tantos os abraços

eles não chegam para me reconfortar.

A canção dizia...

Tenho uma lágrima no canto do olho...

e eu...

tenho somente um oceano a transbordar

bem no centro do olhar.

Logo perdoem-me

se as palavras salgarem o papel...

mas uma tempestade...deixa sempre as suas marcas.

Desaparecem com o tempo...

O sol é milagroso

e eu sou fiel à luz do dia

mesmo quando me sinto escrava da noite nos meus pensamentos.

Hoje tenho mil e uma gargantas...

Porque cada grito mudo

é um hino à tolerância humana

e hoje a capacidade de resistência

é o meu feito olímpico.

Editors-Smokers Outside The Hospital Doors






Por isso tragam a mim...

os braços e os abraços...

os sorrisos e os laços...

as cores e os arco-íris reflectidos nas gotas de chuva

para quebrar a monotonia do branco...

Por fim atirem-me lá de cima

o sol ainda embrulhado na lua...

porque o amor e o sexo

prolongam-se nos astros

com o mesmo prazer

com que se ama e se entrega

a alma e o corpo numa rua.

Porque hoje...

eu quero engolir o mundo

como recompensa...

e se um só pedaço dele escapar à avidez

que pinga desta boca...

então...a minha fome de viver

não será mais gula!

Daniela Pereira

Direitos Reservados

terça-feira, outubro 02, 2007

Rugas no papel...


Colder by ~NanFe on deviantART

Faltou dizer aquele pequeno nada
que por medo ou protecção
deixamos ficar encaixado na garganta
até o sentir desvanecer...
Será que o mundo sabe...
que todos os dias
inventei uma cor diferente
para pintar o teu céu?
Queria ter um acordar original
e tu fazias parte do meu quadro mais que perfeito.
E quem conhece...
o sorriso que eu pregava na cabeceira
só porque algumas palavras
deitavam-se na cama comigo?
Faltou dizê-lo...
mas a língua travou
na minha boca cerrada.
E a força de um sentimento inexplicável?
Não usava cordas...
muito menos amarras.
Dava-me toda a liberdade
e muitas vezes elevava-me aos céus num segundo.
Mas nunca ninguém
me soube explicar
porque é que a dor da queda era tão atroz..
E eu levantei-me sempre
mesmo quando do meu corpo
só sentia os ossos
porque a carne
dentro de mim
converteu-se em pó...
Feridas na pele...
rasgos no peito...
mares à solta na madrugada do olhar...
beijos trocados nas cinzas da noite...
Tantos nadas que ficaram por contar...
Acho que espetei a caneta na alma
com tanta força...
que nunca mais fui capaz de a tirar
para rejuvenescer o meu poema
e eu envelheci calada.


Daniela Pereira

Direitos Reservados

quarta-feira, setembro 26, 2007

Sonho em contra-mão


___ by ~Katarinka on deviantART


Abro os olhos com lentidão
porque ainda abrigo a preguiça nos lençóis
e o nariz sente o frio matinal
equilibrado na ponta.
Tenho a vaga ideia que sonhei...
era de noite...
mas também podia ter sido madrugada...
a escuridão pendurada nos cortinados
baralhou-me o tempo .
Vi flores no papel de parede do meu quarto
e esqueci que as paredes
agora são pedra nua rosada...
Inspirei o aroma da relva molhada
prisioneira no meu tecto
e fiz caracóis no cabelo
que faziam inveja
a qualquer mar turbulento...
Escrevi meia dúzia de livros
com os dedos sem tinta
porque nos lábios usava bâton
e as palavras assim avivadas de vermelho
carimbam-se facilmente em qualquer folha de papel assimétrica...
Joguei às cartas com o tapete
e o candeeiro de areia roubou-me a cor do dinheiro
porque estava cansado de tanto azul
a mergulhar nas suas costas...
Quis fazer bolas de sabão
com a água das garrafas
e pastilhas efervescentes com sabor a laranja...
mas elas não voaram
para fora do copo
e foi mesmo ali
que fizeram todas as manobras arrojadas...
Morreram todas em poucos minutos
mas deixaram no vidro
fortes marcas da sua existência.
Dá-me vontade de rir
quando me lembro da demência deste sonho...
Mas depois ...
pensando bem...
Porque haveria eu de rir
de um sonho tão cheio de sabor...
só porque ele me aparece no cérebro
em contra-mão?
A sensaboria em demasia
na realidade que se apresenta
impecavelmente vestida com linhas rectas
Pode parecer que não...
mas também enjoa!


Daniela Pereira
Direitos Reservados

quarta-feira, setembro 19, 2007

O original sabor do amargo...


EROTIQUE102 by ~luizovega on deviantART


Hoje despertei leve e serena...

Com o olhar sorridente e o peito cuidadosamente escancarado.

Mas a poesia em mim

Não costuma jorrar na tranquilidade.

Não me importa

Que as palavras hoje surjam nas horas mais estranhas

Ou nos momentos mais relaxados.

Estão-me a fazer cócegas nos dedos

Pedindo-me para sair

E eu até sinto

Um friozinho na barriga

Quando elas dão voltas e mais voltas à procura de um buraco...

Não tenho lágrimas nos olhos...

Nem sequer tenho um sorriso especial a cintilar nos lábios...

Mas sinto-me bem assim

Espectacularmente normal e natural...

Deliciosamente doce e amanteigada...

Vigorosamente fresca e regenerada...

Hoje despertei sentindo-me bem na minha pele

Apreciando todas as imperfeições da minha carne

E descobrindo um original sabor em todas as pedras que engulo.


Daniela Pereira
Direitos Reservados

domingo, setembro 16, 2007

Quando se perde um amigo...




"É com uma felicidade imensa k eu partilho este poema...porque apesar de ser um poema feito de palavras tristes, hoje devolveu-me o sorriso pk essa amizade resistiu a mais uma tempestade.E sinto cá dentro k será uma amizade para a vida inteira :)


Quando sentimos que perdemos um amigo

parte de nós é lágrima que cai desamparada...

mas cá dentro, há um sorriso triste

a recordar os bons momentos

que esta amizade nos deu.

Nasce um vazio

de um todo quebrado

e um mar cinzento

chora despedaçado

pelas memórias que perderam a cor.

Abre-se um buraco no peito

e a enxada deve ter lâmina dura

porque nos escava uma ferida tão profunda

que esburaca o corpo só para nos atingir

em cheio o recheio da alma.


Se eu tivesse uma pedra no lugar

onde vi plantado o meu coração

Talvez,soubesse como impedir

que a dor me roube mais esta seara...



Quando sentimos que perdemos um amigo...

as pernas caminham sem destino

porque os passos esqueceram o seu rumo

e dormem sozinhos junto á estrada.

Há braços com frio

porque sonham com um abraço...

Há um pássaro a baloiçar naquele ramo

mas já sem vontade de cantar

para aquele banco de jardim vazio...

Há palavras sem força suplicando vozes na garganta

e restos de gritos que dela saíram altos demais...

Há quadros pintados com os dedos logo pela manhã

e arco-íris que desmaiam lá pela noitinha...

Há lágrimas abençoadas

que se ajoelham fielmente a rezar por nós

e sorrisos danados a rir do desespero das minhas preces.

Há poemas colados ao tecto

porque querem preservar no céu esta história

sem acreditarem que ela chegou ao fim...

Há sonhos por perto rasgados no chão

e folhas de papel tão teimosas que se recusam a voar para longe...


Ai se eu tivesse asas nas costas

para dar utilidade a todas estas penas!

Se eu soubesse o valor da eternidade dos gestos

e das promessas que se proferem sem olhar.


Mas, porque é que a tristeza me faz pensar

que hoje perdi um amigo...

se ainda ontem sorria tão feliz por o encontrar?


Blue

sexta-feira, agosto 31, 2007

A morte de quem sou...

Hoje morri para o mundo...
Calam-se as palavras e os dedos são mortalhas apagadas...
Os olhos não olham mais para o céu e o chão só me leva os passos.
Tudo o que sou...e fui morreu.
A alma foi fogo...hoje é cinza
O corpo foi sol...hoje é a sombra de todas as luzes escondidas nos becos escuros.
Não choro..porque querem que não chore.
Não grito...porque querem que não grite
Então, sou uma pedra seca e escura perdida em qualquer caminho
não sinto...não dou...
Cortei os braços e encurtei as pernas para não andar e proibir o sonho de se encontrar em algum pedaço do poema da minha vida.
Não mereço ser poeta,porque nada tenho para cantar no papel...
a minha canção tem pranto
tem lágrimas num pincel..
mas já não a canto pelos jardins
nem me apoio nos beirais dos telhados para caçar borboletas
e soltar papagaios de vinil.
Estou calada para sempre...
Hoje amarro a minha boca e enterro as minhas mãos
cruzadas junto ao meu peito
cravadas no meu caixão.
É de mel esta boca e de esperança viviam as minhas guitarras
Rasguem todas as minhas linhas escritas...
Hoje os meus devaneios chegaram ao fim...

Daniela Pereira

The end

quarta-feira, agosto 29, 2007

O povo é quem mais te ordena!



Imagem in Deviantart- Body I by ~pixieonprozac

Porque pensas tu

Ser mais dono da razão…

Só porque a sorte te sorriu?


Também eu, um belo dia …

Dei o meu olhar de bandeja

com ternura e dedicação

para que todos os cegos

pudessem ver as cores deste mundo

e enterrassem no horizonte

o seu melancólico mar de cinzas.


Julguei ser a mulher mais abençoada do mundo…


Para quê?

Hoje são eles

que solidários com a minha negritude

arrancam-me os olhos

e cruzam os braços quando outros

se divertem a pintar o meu olhar com escuridão .





Hoje, estou aqui …

A despertar de um sonho bom com o coração rasgado

envolta num pesadelo nada cor-de-rosa

Tenho marcas fundas e ensanguentadas

que a pele

por mais que seja espessa

não encobre…

Porque todas as ervas daninhas que abraças
têm os seus espinhos bem afiados e escondidos numa vastidão de verde


E eu… só tenho esta eterna transparência

depositada num peito de papel…


Porque não te cravas em mim sem dó

em nome de uma Força maior

e apregoas protecção divina?

Quando trepas para o meu pescoço

com vontade de me sufocar os gritos

eu juro por Deus

que me arranhas os gestos

e que me congelas as veias

com essas pedras geladas

que agora tens na tua mão!


Pelos vistos, sou eu que tenho o diabo no corpo…

Por isso, vai salvar

todos os teus supostos anjos perfeitos

à custa da minha dor …

E como sabes que as chagas em mim

estão sempre na moda.

Ainda vais poder dizer com toda a certeza

que me estás a fazer um favor

e não te sentirás culpado.


Fico tão graciosa

Assim chorosa e a flutuar mais uma vez destruída nos meus pedaços…


Porque não haveria de ficar?

Alguém te disse que sim..

Porque não irias tu acreditar?


Daniela Pereira
Direitos Reservados

domingo, agosto 26, 2007

Quando os opostos se cruzam...


I don't know by ~1hermanadedexter on deviantART

Quando os opostos se cruzam no caminho...
o inicio dos teus passos soam no fim daquela rua.
A luz enfeita-se de sombras e a escuridão penteia as estrelas
porque o dia ama a lua e a noite tem ciúmes do sol.
Quando os opostos tocam o olhar...
O chão tem nuvens dificeis de lavrar e no céu nascem mantos de tulipas
A chuva chora de luto porque uma lágrima no fogo morreu...
o vento assobia com espanto e jura que o mar se incendiou...
Quando os opostos se abraçam...
anulam-se todas as diferenças
e todas as certezas beijam-se na boca
a troco de um nada.

Daniela Pereira

Direitos Reservados

segunda-feira, agosto 20, 2007

Caprichos


.bury me by *caspell on deviantART

Queria o céu por capricho…
Deram-me as nuvens lá do alto para me compensar
E eu criei as tempestades na terra.

Queria o sol para ser o meu espelho nas manhãs…
Deram-me a lua, mas esqueceram-se de embrulhar o luar
E eu vi a escuridão a fazer-me festas no rosto.

Queria o mar para descobrir novas melodias num olhar calado…
Deram-me o grito das ondas
E eu baixei os olhos na areia só para não o ouvir.

Queria sentir o mundo a fervilhar debaixo dos meus dedos…
Deram-me o amor para guardar junto ao peito
E a noite para sufocar de paixão.

Ficaram com todos os meus desejos…
Queriam-me ver pobre de alma e solitária de corpo
Estes sonhos forretas!
Mas , fiquem a saber
Que é com um coração vazio em cima da mesa
Que me torno mais suculenta.

Daniela Pereira

Direitos Reservados