Encho a boca com palavras
e vou matando a fome que me dilacera o corpo.
Trinco com força as letras escuras
e trituro-as entre os dentes esbranquiçados.
Cuspo os restos para o prato
onde jazem os pensamentos esquecidos.
Depois saboreio na língua o gosto do poema
que me faz salivar por mais.
3 comentários:
...e que nessa boca o poema de um beijo se desenhe nas palavras absorvidas...:)*
Lobices e Vitor,
Obrigado aos dois pelas palavras que me ofereceram nos meus Devaneios! :)
Só de poetas é que poderiam fluir palavras tão belas e carinhosas...muitíssimo obrigado.
beijinhos
blueiela
No fio da navalha
(para o belo poeta S. Alba)
Dizes que um poema
não vale uma naifa encostada à garganta;
é quando um de nós se afasta do circulo habitual
e se entrega por completo
à atmosfera inextricável de um quarto,
onde desde há décadas
um movimento de palavras
apura
o epílogo que nos há-de acolher.
P. César
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