Ontem subornei as estrelas com duas moedas
na mão e pedi-lhes que brilhassem só para mim
durante toda a noite.
Não me esqueci de ti e guardei uma
para ir decalcando no teu olhar
enquanto o sono não vinha.
Hoje subornei o sol com três brilhantes
nos dedos e murmurei-lhe um pedido.
Queria que se fundisse ao meu corpo
lentamente e tatuasse na minha alma
um coração em chamas.
Amanhã vou subornar os pássaros no jardim
com quatro assobios roubados ao fundo da garganta.
Depois vou contar-lhes um segredo
e com a voz bem aprumada
vou ao som das guitarras penduradas nas árvores
cantar num fado esta saudade que sinto de ti.
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