Hoje vou amar-te num chão de palavras
porque a tua cama é pequena
para albergar o fogo imenso que lavras no meu corpo.
Com as palavras também te amo
sem precisar de abrir a minha boca
e sabes bem que ela não se vai abrir
se do outro lado não tiver o teu beijo à espera.
Hoje vou apaixonar-me pelo silêncio
porque no eco do meu coração amordaçado
também encontras o meu grito
mesmo que este amor teime em roubar a minha voz.
Com três ou quatro linhas enlouquecidas
também te desejo com fervor
e percorro o teu desenho perfeito
suspirando no fim de cada curva
morta por deslizar nessa pele sem travões.
Deixa-me acreditar na palavra eternidade
porque nela poderei um dia abraçar
um amor ainda maior do que o meu
e ele já é enorme
com braços que conseguem abraçar até a lua
mesmo que o céu já tenha perdido as estrelas
de tanto chorar este amor na escuridão.
Hoje e só hoje...
Vou esquecer que te amo
Vou lamber as lágrimas do rosto
e remendar todas as crateras
que na minha alma os dias malditos escavam
E vais ver que amanhã...
Amanhã e só amanhã
vou adoçar de novo o teu coração
enroscada num pote de mel.
Hoje meu amor de chuva
Vou rasgar este poema sem sol
porque as tuas palavras ainda não dormem na minha cama.
Daniela Pereira 27/11/05
1 comentário:
Dani, ele saberá interpretar as tuas palavras cheias de emoções.
Beijinho
Enviar um comentário