quarta-feira, novembro 10, 2004

Tive vergonha


Deixei cair a lágrima no chão
porque não a consegui deter com um sorriso.
Rasguei os lábios naquele sorriso forçado
abrindo as feridas mal saradas na pele.
Passei a língua humedecida pela pele ensanguentada
e na boca ficou um gosto a sangue salgado.
Tirei do bolso um guardanapo de papel
e estanquei o sangue pressionando-o contra a parede rosada.
Depois sem ninguém ver
varri a lágrima para debaixo do tapete
e preguei os meus olhos ao chão.
Tinha vergonha de sofrer em público...

5 comentários:

blueiela disse...

Obrigado highlevel pelas tuas palavras sempre atenciosas!:)
Acho os teus poemas muito bons por isso fico muito satisfeita por receber um comentário teu...
As lágrimas existem para serem choradas mas às vezes custa um pouco deixá-las cair.

beijos
Blueiela

Anónimo disse...

Olá Dani,

Foi dificil mais, aqui é o comentário de seu amigo daqui do Brasil que a cada dia se encanta mais e mais com seus poemas, desse jeito vc vai longe.



Beijos

blueiela disse...

Olá Felipão!!!!;)

Obrigado pelas tuas palavras e pela tua presença aqui amigo...obrigado mesmo!
És um amigo que apesar da distância que separa a nossa amizade nunca vou esquecer.

beijos

Daniela

Anónimo disse...

Perco-me neste deserto sufocante
nesta dor que me assola
Não tenho lágrimas que se transformem em palavras
não tenho
nada tenho
nada levo
Liberto-me do corpo
observo-me
observo com este frio
a aridez que me pertence
Vai-me consumindo por vezes
Sou de lágrimas feito
sou de nadas que não são meus
sou...quando consigo ser...

Beijos menina!

A tua poesia cresce de dia para dia. Fico muito feliz.

blueiela disse...

Para o eterno cowboy do deserto :)

Estava sozinha quando alguém me estendeu a mão.
Não rasgou nenhum sorriso nos lábios finos
nem tão pouco procurou palavras doces para oferecer.
Limitou-se a estar presente...
Na ausência de alguns momentos senti a sua falta
na minha pequena arrogância de tudo querer.
Esqueci por vezes que a minha vida
só por mim pode ser vivida
e arrastei pedaços de outras vidas no meu vento.
Rodopiei confusa e ainda rodopio
com um pé no chão e a cabeça oca suspensa no mundo da lua.
As lágrimas que chorei não retornam aos meus olhos...
Os sorrisos que cravei nos lábios por ti escapam às malhas do tempo...
Sobrevivem dos momentos que não esquecem e renascem das memórias que perduram.
A mão que deixo aberta
e as palavras que guardo na boca fechada
vão estar sempre aqui à espera
que precises de uma mão para agarrar
e de uma palavra para apaziguar.
Para ti amigo... sempre.

Obrigado pelos teus "nadas" pequenos que partilhas comigo e desculpa se às vezes não tenho a palavra certa para te dar no momento certo!!!

beijinhos

iela