terça-feira, setembro 08, 2009
Juras drogadas...
Não há mar
numa fogueira à deriva...
nem brasas acesas
que sobrevivam
no fundo de um poço...
Porque não se queima o sal
com o calor de uma maré...
nem se incendeia a tristeza
só porque ateamos
uma chama mais profunda.
Não existem estrelas apagadas
a espiar-nos os olhos nas varandas...
nem um luar esperto
que no peito
da escuridão não se divida...
Porque a melancolia
guarda punhais adormecidos
a reluzir das lembranças...
Não há um rio licoroso
a boiar nas bordas do meu corpo...
nem beijos de moscatel
para afogar no perfume de um jardim...
Se na minha boca
não vieres beber
rosas com gosto...
A droga da solidão
já jurou que
não tem mais veias
por onde escorrer
com liberdade...
Mas não pode haver
mais juramento
sem videiras fartas por colher...
E sem céus dourados para caminhar...
todas as promessas
estão drogadas...
Há uma alucinação por desprender
da mente mal passada
e um sonho por remendar
no coração mal rasgado...
Depois...
há um poema abençoado
e uma lágrima que fica por tingir...
Daniela Pereira
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4 comentários:
Parabéns pelo belo blog que tens um misto de imagens e escrita o que gostas de fazer... continua...
Bjs
Nuno
Desconcerto
Ao descascar a palavra esperança encontrei polpa de maçã
e caroço de pedra.
Ao descascar a palavra amor achei pele de pêssego
e carne de cinza.
Ao descascar a palavra verdade, encheu as minhas mãos
e ao chegar à minha boca não existia
Josefina Plá
Obrigado Nuno:)
Se isto fosse uma questão de escolha..mas não.. é algo viciante..saboroso..doloroso mas sublime nas emoções que deixa em nós...
Obrigado pela visita ao Devaneios e ao Olhares...
beijos
Blue
Lindíssimo poema Paulo:)
Perfumada e saborosa a visita com palavras
a este cantinho..adorei
bjs
blue
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