Despedaço os pedaços
que tinham sido colados com resina no meu corpo.
Estão podres na alma solitária...
Rasgo as partes de um todo moribundo
desdentado pelas mãos de uma metade de alguém.
Não estou completa...fui-me perdendo por aí.
Fragmentei restos porque abomino o prato principal
que estendes na mesa sem o convite na mão.
Cansei-me de levar à boca os teus restos...
Não passam de migalhas repletas de bolor.
São amargos e encravam-se nos meus dentes
como fiapos de carne tenra devorada à pressa.
Não tive tempo de te saborear...
Engoli-te sem avisar.
Sufoco com pedaços teus entalados na garganta...
Atrasam-me a respiração...
Fica lenta arrastando-se algemada aos pulmões.
Sinto falta de ar...
quando te trinco no café da manhã.
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