domingo, outubro 24, 2004

Anestesia


Cortei as amarras de aço
com a lâmina mergulhada
no éter para não sentir dor.
Anestesiei o corpo com
comprimidos recheados de ópio.
Droguei os sentidos
com o teu doce fel.
Queimei as veias com a ponta do cigarro
que jazia no cinzeiro
esquecido na sala.
Fez -se noite...
Adormeci espumando de raiva.

2 comentários:

lobices disse...

...levemente passei os dedos pelos teus lábios
...e limpei a raiva que deles saía
...depositei de novo no cinzeiro esquecido
...o cigarro que queimara teu braço pendido
...e o fel que engoliras
...e o ópio ingerido
...os traguei num beijo perdido
...ali à solta na lâmina
...que tanta dor havia parido...
um sorriso

blueiela disse...

Olá! :)

Queria agradecer-lhe pelas palavras bonitas com que ilustrou o meu poema.
Ficou lindo...a continuação perfeita para aquela história de raiva e dor que soube transformar num belo momento de serenidade.
Obrigado pela sua visita aos meus devaneios.



um beijo
Blueiela