quarta-feira, outubro 20, 2004

A certeza do caos


Acordo de manhã com a sensação
que ainda é noite lá fora.
O sol brilha bem alto
mas não consigo sentir calor.
O céu hoje está pintado de um azul cristalino
mas nele só deslumbro nuvens cinzentas.
Chovem rios de fogo dentro do meu peito.
Afogo o meu coração num oceano em chamas.
Corro às cegas num labirinto luminoso.
Banho o meu corpo num lago de água impura.
Inspiro o doce odor de uma rosa murcha.
Danço ao som de uma música celestial
rodopiando numa dança infernal.
Risco da minha memória
momentos de um futuro já passado.
Olho para a criança que antes sorria para mim...
Essa velhota sentada no banco do jardim
que agora nada me diz.
É o caos que de mim se apodera.
Sou a serva inocente da demência vilã.
Sou o contrário do certo.
Sou o alimento que dá vida à morte.
É o caos que me abraça gentilmente
sempre que a tua ausência está presente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei do poema.
É caótico mas no bom sentido!!!!!





Li

blueiela disse...

Obrigado Li pelas tuas palavras! :)
Espero ver-te por cá mais vezes...


beijinhos
Blueiela