segunda-feira, agosto 02, 2010

Rumo à liberdade...





Já cheguei às tuas pedras e não as atirei para o ar...pelo contrário,fortaleci o meu chão
porque um chão raso é que me engole...
Cheguei ao mar,incrivelmente cheguei com os pés molhados depois de atravessar tanta areia seca...é um fenómeno que não sei explicar,assim como não sei explicar porque há chuva em pleno verão e o inferno traga o verde dos meus olhos.
Vais fugir das minhas fugas?
Como se fugir fosse a solução de todos os afogamentos que o mar promove na minha mente...talvez devesse cortar o mar ao meio e caminhar por entre as ondas como se o meu corpo fosse um milagre desencaminhado e sem rumo.
A tua liberdade é o teu escudo...a minha arma é o teu grito e a paz é um colchão vazio que os sonhos perfumam para não perderem a reputação de serem Deuses maiores que tudo podem mesmo quando já em nada acreditas.
E o veludo é verde porque o vermelho desbotou com o sal da cozinha e o amarelo não tem girassois na pele,só os pressinto na barriga...
Deixa estar que o mar é surdo..sei-o porque já supliquei em tom vibrato que queria partir e ele não me deixou dar nem um passo,atirou-me logo com a onda mais feroz e sacudiu-me a esperança até ela deixar de tentar ser feliz e fez-se um caminho seguro com vidros estilhaçados para nada mais partir por dentro.
Já vejo o teu barco a acenar bandeiras brancas enquanto deriva na incerteza de uma direcção ...
Basta de esperar
que o mar se abra para mim! ...
Então dispo-me de incompetências e inocências e de todas as "ências" que nos tornam máquinas de coração estripado e rumo à liberdade
com as asas presas aos pés calcinados pelos dias que ardi à toa por alguém...

Daniela Pereira
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