segunda-feira, dezembro 31, 2012

An (m)o

Um Feliz 2013 para todos os amigos que fazem parte do meu coração ...
É uma doce aventura, existir neste espaço despida de medos e de barreiras, com as palavras presas aos dedos e os sentimentos à deriva.
Foi sempre aqui que verti lágrimas ... que esbocei sorrisos... que gritei dores que não podia ocultar. Foi aqui que cativei paixões... que chorei perdas e esbocei sonhos no olhar. Foi com palavras que vos abracei com ternura... que escrevi memórias nas paredes brancas... que desenhei estrelas nos céus mais cinzentos.
Quem por aqui passou e perdeu um pouco do seu tempo a sentir o que eu sentia, deu-me forças para sentir sem escudos de indiferença. Quem por aqui passou alimentou o meu Amor pela poesia e pela pureza de um poema que em mim nascia.
 A todos vocês, um 2013 repleto de muito amor. Deixo-vos um beijinho com ternura ♥ *

Daniela G. Pereira

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Fiz-me ...



Fiz-me... 
Fiz-me de novo sem mais nenhuma mulher abrir as pernas para me ter. Escorracei a minha alma do pó e atirei-a ainda ensanguentada para a deriva. Matei-a tantas vezes que já me esqueci onde a enterrei.
Mas, o meu coração segreda que ainda a terei que matar mais vezes. 
Guarda-me um lugar no Céu, que aqui neste mundo o Inferno queima-me as verdades nos dedos...

Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados

quarta-feira, dezembro 26, 2012

O entendimento é uma necessidade crua...




Se chegou o momento em que não entendes mais o ser humano
então chegou o momento de fechares o teu coração com tudo o que ele já tem por dentro.
Se já não entendes... chegou o momento de esvaziar pensamentos...de premir o botão do off interior.
A queda já existe dentro de ti, então porque ainda te angustia o caminho que te leva até ao precipício.
Se as palavras que fugiam de ti com a alegria de uma flor a despertar pela manhã …
hoje são palavras que sentes que têm em ti a força de pedras que regressam sem pensar e te destroem as pétalas...e te desnudam os sentimentos como se o teu íntimo fosse algo banal.
Então chegou o momento de tu mesma não existires... deixou de ser tempo para abrir o coração, para ser o momento de te revelares para dentro. A rua é hoje um mundo cinzento, repleto de sombras e esquinas com desencontros. Envergonham-te as tuas ideias...até os teus pedidos te fazem sentir menor do que aquilo que tu realmente és. Envergonha-te o medo, que te distorce as entranhas. Envergonha-te a incapacidade de demonstrares o quanto amas. Envergonha-te a necessidade de te sentires amada e um pedaço de alguma coisa importante, porque és incapaz de te sentires reduzida a cinzas. Dizes que estás cansada de renascer do pó e mesmo assim tu renasces e lambes incessantemente as tuas feridas.
Se chegou o momento em que não entendes mais o ser humano...então, chegou o momento de te entenderes a ti mesma como um ser assustado e não ter mais vergonha de o admitir.
Chegou o momento de reservar emoções e de usar a folha de papel como o único mundo que te aceita, tal e qual como tu és.
Admito que não entendo mais o ser humano..admito que daria tudo para o conseguir entender ou pelo menos para o conseguir preservar até ao dia em que tudo fizesse novamente sentido.
Admito que sou frágil perante a grandiosidade do ser humano da mesma forma em que sou submissa e rendida perante a dor.
Se chegou o momento em que não entendes mais o ser humano, então chegou o momento de desistires de o entender. Se o destino te moveu para outras paragens...deixa que o vento te leve para onde quer, até porque estás demasiado cansada para te debateres. Deixa que no chão o teu corpo repouse, surdo e mudo para todos os silêncios e para todas as vozes que para ti se calam por um motivo qualquer que não conheces, mas que desejas que seja só uma brisa enganada no caminho que tem que percorrer para chegar a ti. Talvez se tenha perdido dos teus passos... talvez os teus passos não fossem os mais certos porque temias cair e sabias que não terias forças para recuperar.
Envergonha-te o passado que te apedrejou … orgulha-te o passado que te mostrou que mereces ser forte e que não desistes por fraqueza mas sim por necessidade humana.
A rua é hoje para ti um mundo estranho e frio... aqui dentro ainda há calor.


Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados

domingo, dezembro 23, 2012

Aprisionem os Homens Normais...





Há quem nasça para seguir o mais correto...O que a cabeça indica ser o apropriado.
Há quem sinta que uma dor pode matar ao atingir a primeira lágrima...mas não desiste até que o coração lhe suspire todas.

Há quem finja que a primeira  lágrima nunca foi sua. Cospe na vida e sente que há-de sobreviver na pele de um guerreiro.
Há quem fuja da dor como vampiros...que renegam qualquer passagem pela luz.

Os seres normais...Mas e os loucos?
Os que se rasgam por dentro quinhentas vezes
acreditando que da próxima acertam e remendam-se todos de uma vez?

Para mim, os loucos começam a ser os mais espertos.
Porque a normalidade é como uma onda calma.
De génio, é encontrar uma onda que não morra
só porque bateu demasiado de força na areia.
Mas quando um triste coração se debate...
O mundo inteiro afirma que é certamente, presságio de loucura.

Hoje declarei morte ao tédio de ser demasiado normal.
Dei por terminada a viagem  da estupidez de ser alguém com uma lógica decente.
Porque é infinitamente monótono ser tão facilmente entendida.
 Não digo "Bom Dia" ao ladrão que amavelmente me solicitar a carteira...
Mas posso dizer "Boa Noite" ao gato vadio que me penetrar o olhar  do fundo da rua.
Não me apetece mais chorar...
Por isso, e para desenjoar da regularidade dos dias...
Vou rir ainda mais.
Nem que tenha que troçar com toda a segurança
da minha mais profunda tristeza.

Percebo hoje, que ninguém ama pessoas dedicadas.
Daquelas pessoas que nos interrogam cem vezes
se estamos bem.
A preocupação é um vício que nos obriga a ganhar mofo nas crenças
e quando olhamos realmente por nós, entendemos finalmente que o tempo já nos enrugou.
Ficamos tão lixados... para não dizer aquelas palavras que nos fariam perder a compostura de sermos normais.
 O "Normal" não nos dá a liberdade de enlouquecer sem dar nas vistas.
A liberdade de gritar a favor das paredes até que a nossa voz
espante todos os fantasmas que a vida em nós costurou em silêncio.

Vamos ser poetas... os enlouquecidos Homens das palavras.
Ajoelhados no chão, cheios de coragem para admitir que têm o coração em farrapos.
Somos poetas e temos a desgraçada da liberdade a pulsar dentro dos dedos
como um touro enraivecido que anuncia uma morte precoce na arena.
Não há mais nada a temer...
" Que se lixe a vida, meu amigo. Hoje posso ter morrido mais um pouco...
mas amanhã, meu amor
prometo que de mim...
(mortos à paulada todos os medos)
prometo que de mim, meu amor
só jorrará magia!


Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados

segunda-feira, dezembro 03, 2012

O silêncio...

O silêncio...

O silêncio... o silêncio é para mim a forma mais estranha de expressar emoções que o ser humano pode possuir. O silêncio das pessoas que amo e abrigo no meu coração, é provavelmente o desafio mais difícil que eu posso suportar.  É para mim inexplicável este meu medo do silêncio, é uma fobia da minha alma que ganha raízes profundas. Nascida uma menina das palavras... tão crente na veracidade dos sentimentos, abro a boca para dizer o que sinto mesmo nos piores momentos. Sempre com a certeza momentânea que me consigo explicar ao dizer as emoções que me afligem o espírito. Não digo que o silêncio possa ser malicioso ou destrutivo, mas em mim consegue ser uma fonte de interrogações constantes que a mente só com muito esforço consegue encontrar serenidade para abraçar. Há o silêncio do dia que nos enche os tímpanos com ruídos e sons estranhos que não chegam a ser barulho, porque nos habituamos a desfocar da atenção bizarra dos nossos pensamentos... Há o silêncio da noite, um silêncio mais frio e menos acolhedor na alma. Ouvimos as paredes, as recordações que falam em surdinas e os receios que nos abanam o corpo na cama com toda a força, para não nos deixar dormir. Quando damos por nós, já temos um nó no peito tão difícil de desatar que nos tornamos uma curva afiada cheia de jeitos...impossível de endireitar. Recolhemos lágrimas e gritos pardos que por vezes até conseguimos engolir, quando nos agarramos aquelas certezas que nos abrandam os limites do ser.
O silêncio ...
O silêncio das metades não completas...dos vidros que quebram o nosso coração com finos estilhaços... das vozes que queríamos de novo ouvir porque se formou um vazio diferente no eco de todas as sombras...O silêncio que nada diz e tudo deixa por dizer até que a próxima palavra nasça para o fazer finalmente morrer. E se a palavra que nascer for ainda mais profunda que o silêncio? Então tememos as palavras momentaneamente, como quem teme o fim do nosso mundo e ficamos surpreendentemente mudos de espanto.


sexta-feira, novembro 30, 2012

Vampiros da madrugada...


Subimos aquela escada e apertamos todos os degraus com passos infinitos.
Havia uma razão para não descer até ao fundo de mim e por isso subia até ao topo da tua boca...
O mundo era pequeno ao pé de duas almas gigantes e as flores faziam vénias ao nosso vento que soprava de mansinho.
O meu coração era uma bola de luz onde a escuridão jamais caminhava...tinha passos de rainha dos amores e o  meu sangue cá dentro por ti pulsava.

Daniela G. Pereira in " A noite puxou-te a alma"
Direitos de Autor Reservados


quinta-feira, novembro 15, 2012

Saiu-me a coragem...

Fiquei com o coração suspenso na boca à espera de entrar... saiu-me a coragem pelo olhos e morreu-me a sensatez.

Daniela G.Pereira 




terça-feira, novembro 06, 2012

O limite da tua infinitude é um poema ainda por beber...

Os seres humanos são trapos que vestem espaços vazios... algures pelo caminho abraçam as almas nuas de prantos. Um dia serão somente o pó das memórias e nos seus belos corpos terminarão todos os defeitos.
Os seres humanos são aves que sonham com os pés no chão e a cabeça presa a cadeado no fundo da rua...algures pelos caminhos perderam  fragmentos de um coração que já foi maior. Lambiam as dores com bocas de framboesa e os olhos descalços. Comiam as montanhas como se tivessem fome de planícies e inventaram as papoilas para o verde ter mais cor. Mas os sonhos destaparam todas as rosas e cravaram-lhes na pele os espinhos.
Os seres humanos são nuvens que não chovem a não ser que lhes espremam o destino como se os desejos fossem uvas maduras a pedir um copo de vinho tinto a bocejar numa mesa. Um dia dois copos povoaram-lhes docemente os ossos e um sorriso cortou-lhes a tristeza com o  amor a saber a bagaço.

Daniela G.Pereira in " Os poemas são dois copos vazios e um barril de lágrimas


sexta-feira, outubro 19, 2012

1ª insensatez






*O que mais temo na vida são as palavras que chegam após um inesperado silêncio...raramente são palavras mais doces. Apesar disso, tenho saudades da sua chegada*











quinta-feira, outubro 11, 2012

Chão

Vamos assar margaridas, porque o inverno da alma ainda está frio...Não morreu a liberdade do teu ser na angústia das tuas pétalas.Amanhã vamos comer com gargalhadas todas as rosas e pelo menos saberás que o teu coração sente...


quinta-feira, setembro 27, 2012

Constatação...

Há portas fechadas, que não se deviam abrir e caminhos que definitivamente não devíamos cruzar. Mas se fecharmos todas as portas por sentirmos que o vento que nos empurra os dias é demasiado forte...teremos a palavra "medo" amarrada no fundo das costas,como se fosse uma pedra nos rins que teimosamente pede para não sair. E se eu fui pela curva da esquerda, foi porque não conhecia nada ali, tudo me
era estranho, mas tudo me era francamente diferente e a diferença contraria a monotonia,logo sabemos que é por isso cativante. Agora, caminhos sem lombas ou buracos escondidos, não existem na auto-estrada dos teus dias..mesmo quando finges que vais mais longe pelo teu próprio pé.Mas quando vês passadas as horas..vês os dias que já ficaram para trás e contas os anos que marcam rugas no teu rosto.. Então,pensas resignado..."Devia ter pedido boleia ao colo de alguém".
Daniela G.Pereira

quinta-feira, setembro 06, 2012


Mordes-me a alma...
como se ela já estivesse delirante e madura.
Mas ela ainda se olha ao espelho
caprichosa e verde de desejos por ti.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Liquidificar instantes...






Não te amar nos pontos mais seguros da tua alma tresloucada...dá-me vómitos. És como uma recta infinita que ninguém reconhece ser paralela a uma qualquer estrada. Mas mesmo assim, eu caminho-te. Caminho-te,porque te amo os passos mesmo que eles me afundam o destino.
Dás-me vertigens... rodas-me a cabeça para que eu esqueça por breves momentos o que é pensar. E eu não penso, escolho voar com a razão presa à profundidade dos teus beijos.
Não te amarrar com pontas seguras...deixa-me livre para te solidificar por aí.

Os dias não sofrem...ouviste alguém dizer


Tenho o olhar roto ...
furado no horizonte que não alcança
espetado numa sombra qualquer
que te alimenta as lembranças.

Tenho o olhar deprimido...
Farto de esperar que o tempo escoe os dias mais depressa
que grão a grão investem no teu corpo
como touros enraivecidos.

Os dias não sofrem!...ouviste alguém dizer...
Mas a manhã sangra nevoeiros no teu peito
e tu tens dificuldade em acreditar
que do teu ventre morno ainda vão nascer ardentes veias.
Então remendas o teu olhar com fios maduros
para que os teus olhos verdes depositados na terra
para mim ...já não se abram.


Tenho o olhar sofrido...
Mas, as noites não choram...ouviste alguém dizer..
e na tua boca enterramos as esperanças .

Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados

terça-feira, agosto 21, 2012

Talvez não seja nada de novo...


Há muito tempo que não olho o mundo de frente...
Viro-lhe as costas ou fico parada a vê-lo girar
como se o meu cérebro fosse o refúgio espiral de uma vertigem
e a minha boca fosse um poço sem fundo...
Quebro no tempo as mais pálidas muralhas de aço
e nos minutos que não penso, promovo um festim de ignorâncias aparentes.
Solta-me o grito da garganta mas a lua na escuridão não se comove
tem o luar congelado na frieza das minhas lamurias que o coração em ti despromoveu.
Há muito tempo que não me encosto a uma parede
para desenhar sombras no corpo e dar ao espaço aquele sórdido vazio.
Talvez tenha perdido a cor naquele mar de cinzas
que um dia por ti de olhos fechados atravessei...
Caiu-me o oceano no esgoto fétido  das memórias.


Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados



segunda-feira, junho 11, 2012

Na minha boca..




Já te amei os dedos
como quem ama o mais perfeito raio de sol
que nos rompe a pele pela manhã...
Foram aves loucas e bravias
e o meu corpo era o céu
que no vazio trespassavam
com os pensamentos mergulhados em escuridão.
Na  minha boca havia luz...
Mil e uma cores perdidas
enroscadas nos teus ossos
desenhavam dentro de mim
uma estrada onde todos os sonhos iam dar.
Já te amei os dedos
como quem ama o luar mais encantador
que transforma a noite das sombras
num jardim de estrelas cadentes...
Fomos serpentes sem cabeça
a rastejar nos lençóis de fumo branco
e o meu corpo foi a brisa
que as tuas dúvidas cuspiu sem hesitar.
Na minha boca havia luz...
No teu coração morava um sórdido pesar.

Daniela G.Pereira
Direitos de Autor Reservados

domingo, junho 03, 2012

Leitores inesperados


"Leitores inesperados"...

Como uma das autoras do livro Contos Do Nosso Tempo, estou a ter o prazer comum a todos os mortais.. o prazer de ler.Quem ama escrever...ama sentir as suas palavras,mas também ama com a mesma intensidade as palavras dos outros.Ler é uma viagem e quando a viagem é saborosa, em pouco tempo estamos de olhos fechados a imaginar que fazemos parte daquele mundo que nos oferecem no virar de cada página.Por isso partilho aqui as primeiras sensações e emoções sentidas ao mergulhar neste livro...


Iniciei a tarde com um pouco de chuva a vibrar na janela do meu quarto.Mas havia luz lá fora e as sombras não me desviaram da vontade de te ler.Abri o teu estômago ainda a saber a fresco sem pó acumulado nas costuras.Estavas novo e cheiravas tão bem a folhas escritas por cem dedos.Conheci a Laura , uma menina frágil abandonada a uma triste, que o mundo parecia não querer mudar... Mas conheci um belo ser que olhou aquela fragilidade esquecida num rosto tão belo de criança com olhos a quererem sorrir e uma nova esperança cresceu no meu peito.Ainda podia acontecer um final feliz e uma mãe que não pariu ia receber aquela doçura infantil como sua. Abraçaria todas as suas dores e o mundo ia dar-lhe um lar como lembrança.Limpei os dedos suados das emoções que me escorriam na hora de partir deste mundo que nos meus olhos se via.Entrei numa casa onde as paredes estavam quietas e os gritos já não se ouviam.A mesa da cozinha já não brilhava com talhares em pares ordeiros e os copos estavam vazios. Dois corpos separavam vidas..recolhiam os despojos das rotinas dos dias e embalavam as memórias sem nada sentir.Talvez, crescia um frio que me perturbava a mente...como se as minhas memórias entrassem porta adentro sem avisar.Mas a direcção do vento mudou e a paixão das noites abriu dois corações partidos de par em par. Chamei pela Tia Graça que senti ser tão ladina e amante das palavras que conheço. Uma criança sonhava em ser mulher e nos seus olhos ,os passos e os risos soltos da tia Graça enchiam-lhe o coração de esperança e de sonhos com gosto a rebuçado.Palavras livres e folhas de papel soltas ao sabor do vento,faziam borboletas no peito de uma menina já tão mulher. E o sol rompeu as sombras do meu quarto e um aroma intenso a Domingo fez-se no meu leito sentir.Paris entrou-me no quarto,com todas as cores e todas as luzes que a noite dos amantes sabe desenhar no papel de parede.Fechei os olhos e deixei-me ficar ali parada,a imaginar o calor que irradiava naquele quarto onde o amor era uma fruta desnudada e os amantes escravos da uma inundada paixão. E assim fiquei,debruçada no precipício que separava os vossos intensos mundos.

Daniela Pereira in Leitores Inesperados

Contos de:

Álvaro Gomes- Laura Pérola

Ana Fonseca da Luz- Só nós três é que sabemos e A minha tia Graça

Ana Maria Domingues - Domingo Mergulhado na Tua Boca

quarta-feira, maio 30, 2012

Vencedores do Passatempo Contos do Nosso Tempo

Bom dia a todos:) Aqui ficam os nomes dos felizes contemplados do sorteio do Passatempo Contos do Nosso Tempo :

1) CRISTINA MARIA LOPES DA SILVA

2) PEDRO CIPRIANO

Parabéns aos vencedores que vão receber um exemplar da colectânea de contos Contos do Nosso Tempo com dedicatória. Todos os vencedores serão contactados por email. Obrigada a todos pela participação
 
Respostas:
 a) Qual o nome dos protagonistas do conto " A mulher que não queria parar de viver" da autoria de Daniela Pereira? Luísa e Apolo

b) Uma das personagens principais desta história é representada por um animal.Que animal é esse?
Gato
 

sexta-feira, maio 25, 2012

Passatempo Contos do Nosso Tempo









Sorteio de 2 exemplares da colectânea de contos " Contos do Nosso Tempo".
Serão sorteados 2 exemplares do livro, entre todos os participantes do passatempo que realizarem a reserva do livro através do meu email até ás 23h30 do dia 29 de Maio.O resultado deste passatempo será anunciado no dia 30 de Maio, Quarta-Feira.

Como podes participar?

1-  Faz a tua encomenda até às 23h30 do dia 29 de Maio através do email "ielapausas@gmail.com".Deixa nesse email, os teus dados pessoais: Nome completo e morada para envio do teu exemplar.

2- Responde correctamente neste blog às seguintes questões:

a) Qual o nome dos protagonistas do conto " A mulher que não queria parar de viver" da autoria de Daniela Pereira?

b) Uma das personagens principais desta história é representada por um animal.Que animal é esse?


p.s: As respostas podem ser encontradas através da leitura do pequeno excerto do conto,presente neste post.Todas as respostas devem ser postadas com o nome completo do participante

Nota: Entre todas as pessoas que participarem no passatempo e reservarem o livro neste passatempo até às 23h30 do dia 29 de Maio,serão sorteados dois exemplares que serão enviados gratuitamente aos vencedores. Não há obrigatoriedade de compra, deixo isso à consciência de cada um,já que a ideia do passatempo é premiar pessoas que tenham interesse em conhecer realmente o livro.


Excerto do conto de Daniela Pereira : "A mulher que não queria parar de viver" 


- É um desperdício morrer, por medo, da morte. Quando morremos não há mais nada para sentir medo. É o fim da linha! O fim de todas as dores...de todas as dúvidas...
“Apolo parecia divertir-se com a confusão que criava nas ideias de Luísa. Era como se quisesse julgá-la de alguma coisa. Talvez de um erro, por ela cometido. Ficamos a pensar se tinha sido, mesmo, a primeira vez que Luísa e Apolo se cruzaram pela vida fora. A reencarnação é um universo, ainda com tanto por explorar. Quem teria sido Apolo, noutras vidas? E Luísa? Quantas vidas, já poderá ter no seu currículo ? Mas vamos regressar, ao Parque da Cidade e, aos passos dos nossos novos amigos...”
- Sim, realmente, vendo a questão por esse prisma. Não devíamos ter medo da morte. É até um pouco ridículo ter um sentimento assim perante, algo tão grandioso. - Concluiu Luísa, admirada com as suas próprias ideias.
- Como gato, tenho 9 vidas. Deves saber isso... - informou Apolo.
- É um mito conhecido. Os gatos são animais místicos e ligados ao sobrenatural.
- Isso não interessa para nada. Eu sei que tenho 9 vidas porque já perdi algumas. Vou contar-te a minha história.
Dito isto, Apolo, regressou novamente ao chão. Esticou as patas e retomou o passo com Luísa.
- Olha, pouco antes de ter nascido... eu fui abandonado. Fui abandonado, num caixote do lixo, e fiquei por lá, durante dias e noites a fio. Quando fui encontrado, estava gelado e, quase não respirava. Julgo que morri, para depois renascer, nos braços de uma senhora que me acolheu com imenso carinho. Dois anos depois, a doce senhora que me deu casa e comida faleceu. Então, os filhos dela, atiraram-me para o meio da rua. Andei semanas, a deambular pelas ruas,... a comer restos que ia encontrando. Até que um dia, sofri uma distração. Quando atravessava a rua fui colhido por um carro que me jogou para uma valeta. Aí, morri de novo, sabes? Estava muito ferido e perdi a consciência. Depois, só senti um imenso vazio que me sugou para dentro de um buraco negro. Ouvi a minha mãe miar. Senti o cheiro do seu leite quente e o calor do seu pêlo fofinho. Naquele momento, achei a morte muito reconfortante...confesso. "



Contos do Nosso Tempo é uma deliciosa colectânea com contos surpreendentes escritos por 21 autores da actualidade. Histórias actuais, idealizadas com os pés bem assentes na realidade dos nossos dias, mas sem nunca perder aquela pitada de imaginação que um conto promove nos nossos pensamentos.Nesta obra vão poder encontrar variados mundos e diversas sensações,porque quem conta um conto... conta com o coração*







Autores:

Cecília Vilas Boas

Maria Fernanda da Silva Ascenção da Rocha


Ana Maria Domingues


Maria Cristina Monteiro Correia

João Carlos Sousa Silva


Álvaro José Ferreira Gomes

Vítor Manuel Alves Fernandes


Humberto David Costa Oliveira


Ana Paula Simões e Silva Fonseca da Luz


Carlos Alberto Alves Vilela


Sérgio Sá Marques


Catarina Janeiro Coelho


Daniela Gomes Pereira


Miguel Jorge Azevedo de Almeida


Emílio Gouveia Miranda


Maria Eugénia Ferreira da Ponte


João Pedro de Sousa Duarte


António Baptista de Oliveira


Rúben Alexandre Rosa de Brito


Maria Helena Almeida Lopes


Carlos Filipe de Sousa Almeida




Encomendas do livro "Contos do Nosso Tempo" com dedicatória da autora deste blog e co-autora desta obra,Daniela Pereira:

Dados:

Titulo da obra: Contos do Nosso Tempo
Editora: Esfera do Caos
Preço por encomenda: 15 euros + 2 euros para portes de envio
Pagamento por transferência bancária ( entrega entre 1 a 4 dias )

sábado, maio 19, 2012

A beleza não tem grades nem muros de vidro...



O sol criou o dia e a lua morreu de inveja e criou os poetas...
O mar cuspiu as ondas e o rio irmão descansou as pedras nas margens.
A rosa vermelha inventou a paixão e o mal-me-quer chorou de incerteza...
O cravo vestiu de liberdade as armas e a voz do povo matou uma guerra.
A borboleta pintou um arco-íris nas asas e o vento comprou-lhe um mundo de pouca cor.
A dor inundou as almas e o coração pariu o amor.


Daniela G. Pereira
Direitos de Autor Reservados

terça-feira, maio 08, 2012

Gostava de amar-te as palavras como amo as curvas do teu pescoço

 

Gostava de amar-te as palavras como amo as curvas do teu pescoço. Seria uma forma de tornar insensível o principio da tua dor. Mas compreendes, se eu te disser que o doce que expeles da tua boca, tem muito a desejar. É como o mel que prendem as abelhas por ciúme das pétalas das flores. Por isso, quando falas... não falas, apenas reclamas. Reclamas com a chuva, reclamas com a direcção imprópria do vento e até com o canto das aves,só porque ele nada te diz. Gostamos das mesmas coisas, mas olhando bem de frente... tu e eu não gostamos de nada que seja impossível de alcançar. Basta que esperes,para eu dar corda ao relógio e o milagre para nós acontece. Ouvi um dia dizer que os silêncios mal contados, são como nuvens pretas que o vento esqueceu de empurrar e por isso teimam em ficar suspensas na quietude do dia, mesmo que ele te pareça enraivecido e amargurado. Não importa, são pormenores que ao mundo não interessa mudar. Mas eu gostava certamente de me apaixonar pelos teus gestos mais nobres mas perdi algures a etiqueta da compra da tua bondade. Por isso,quando falas...para mim e para o resto da humanidade, tu não falas, apenas aumentas a capacidade de silenciar as palavras normais que não dizes. Ai,como o teu silêncio me encanta com a voz mais profunda! Gostava de amar-te as palavras de um modo intimo e pessoal, mas apenas amo as curvas invulgares abandonadas no  teu longo pescoço....

Daniela Pereira
Direitos de Autor Reservados


sábado, abril 21, 2012

Contos do Nosso Tempo...



É com enorme prazer que apresento o novo projecto da Editora Esfera do Caos :)

Um livro fabuloso que juntou 21 autores que aceitaram o desafio de criar contos com a imaginação que a realidade dos nossos dias promove...

Maio de 2012... Atenção..estamos a chegar e vamos revolucionar as vossas mentes ;)

Quem somos? ....

Cecília Vilas Boas
Maria Fernanda da Silva Ascenção da Rocha

Ana Maria Domingues

Maria Cristina Monteiro Correia

João Carlos Sousa Silva

Álvaro José Ferreira Gomes

Vítor Manuel Alves Fernandes

Humberto David Costa Oliveira

Ana Paula Simões e Silva Fonseca da Luz

Carlos Alberto Alves Vilela

Sérgio Sá Marques

Catarina Janeiro Coelho

Daniela Gomes Pereira




Miguel Jorge Azevedo de Almeida

Emílio Gouveia Miranda

Maria Eugénia Ferreira da Ponte

João Pedro de Sousa Duarte

António Baptista de Oliveira

Rúben Alexandre Rosa de Brito

Maria Helena Almeida Lopes

Carlos Filipe de Sousa Almeida

terça-feira, abril 17, 2012

Uma mensagem de pedra...

Completar os teus pedaços de dor é como gritar com os dedos queimados...a tua voz escreve-me em cinzas que as estrelas não vestem.Implantar o teu coração de pedra no meu jardim é como abrir um regato numa onda do mar.... Esmagas-me a visão felina com um punhado de jasmim vagabundo que me perfuma as pernas mal corridas.Dizes que trago algas entranhadas nos cabelos...mas são serpentes com mil cabeças. As Medusas enroscaram os sonhos num prado tenro e a tua dor enforcou-se na monotonia de uma corda suspensa ...



sábado, abril 14, 2012

incompetência da chuva

Acordo a pensar na impotência da chuva para declarar extintos todos os desertos. Pode até regar os nossos jardins e matar a sede dos teus canteiros...mas que gotas sabem dar de beber a uma alma mais sedenta? O amor cai nos teus ombros em gotas cristalinas ou simplesmente amanhece lentamente no teu olhar,como um dia que desperta a medo? Acordo a pensar na incompetência da chuva para declarar vitória frente a uma aridez permanente nas relações humanas.Pode até tornar mais húmida a palavra na tua boca e conferir um aspecto mais tenro ao pedaço de carne deixado à deriva...mas certamente não sabe tornar a tua alma mais suculenta.




quinta-feira, abril 12, 2012

Uma carta solta ao vento...

A todos os amores que amei de coração aberto,escrevo esta carta com a tinta dos meus dias...tons escuros porque a noite por vezes esconde as estrelas...tons claros porque o dia por vezes tem instantes demasiados belos para serem fruto de anteriores pesadelos.Quando vos amei fiz claramente uma promessa ao meu coração sonhador... ' Vais amar este amor como se ele fosse a tua gota de chuva no meio do mais árido deserto. Vais abrir a tua boca apenas para soletrar palavras doces e se por algum motivo sentires um grito a nascer na garganta, vais tentar que a dor não saia disparada por nenhuma porta que deixes em ti abrir...'



quarta-feira, abril 11, 2012

Inconfidências na margem do ser...





Dás uma sombra ao teu olhar porque o sol para ti já se tornou demente.Os peixes usam e abusam da tua lua nos cantos das suas bocas e tu sentes-te nua ou fragilmente coberta de sonhos de prata.O mar recolhe os teus lenços de sal e as flores roubam mágoas que são tuas.Que importa que o céu esteja cinzento se o teu coração tem um peito sem nuvens?Há gotas de chuva no teu pescoço a perfumar o teu andar....


Daniela Pereira
Direitos de Autor Reservados

quarta-feira, março 21, 2012

Dizem que um poema não chora...





Dizem que a poesia da alma

tem um lugar cativo dentro do meu peito

só porque o meu coração o Amor já albergou.

Mas que faço eu agora, com as palavras de antigamente?

Faço flores de papel com as rosas que cravei nos poemas?...

Faço pássaros da lua e bordo-lhes os meus amores no bico?...

Faço rios de sal e invento um mar mansinho para as estrelas mais confusas?...

Dizem que a poesia da alma

tem um lugar cativo dentro do meu peito...

Mas o meu coração tem quatro quartos e meio por alugar.

Também tem janelas que as lágrimas embaciam

e purpurinas que aos sorrisos

com um brilhozinho nos olhos agradecem.

Dizem que sou uma alma triste...

talvez seja apenas uma...triste alma

que nas palavras recita o pensamento de uma vez só.

Não lhe esconde as angústias...

Não vira as costas aos pesadelos...

Nem tão pouco tem coração de rocha

que aos solavancos as tempestades anuncia.

Ah, mas tem os lábios mais claros e os beijos mais lúcidos

que a tua boca jamais numa simples vida encontrou.

Tem nos olhos a terra mais quente e afável

que o teu olhar assim despido para o mundo um dia provou.

Dizem que sou um pedaço de alma

que o corpo um dia poeticamente rejeitou...

Fez-se a mudança e o coração criou letras órfãs do medo e da dor...

Dizem que a tua poesia tornou-se banal e que os sentimentos perderam o dom de palpitarem nas veias...

Mas os teus dedos...

mas os filhos da mãe dos teus dedos...

ainda deixam marcas pretas na areia

e a tua alma sofre o síndrome de inspirar emoções...

Porque a barriga dos sonhos mesmo faminta

na ponta dos teus dedos jamais se esvazia.

Daniela Gomes Pereira

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segunda-feira, março 05, 2012

O sabor de nenhuma lembrança...


O meu corpo pediu licença para aterrar na tua boca

como um beija-flor perdido num só flor...

Despiu-te o ódio de não seres alguém e vestiu-te com o amor mais puro

com botões de rosa sangue latejando nos olhos.

Não vi a tua alma encerrada e por isso abri o teu peito com os dedos em luva...

O teu interior não tinha nada, mas lá eu vi um céu de estrelas claras...

Então entrei na tua mágoa com a dor presa em mim até aos joelhos

e sem medo da escuridão que irradiava no teu quarto

adormeci na curva mais quente da tua pálida história.

Daniela G. Pereira

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terça-feira, fevereiro 14, 2012

A todos os amores que em mim amei...



Há-de alguém amar o mundo
com a mesma força com que eu amo as pausas nas palavras...
os peixes que nadam com arco-íris nas costas e o prateado nos olhos.
Há-de alguém amar o mundo
com a mesma ternura que eu ofereço aos pássaros que matam a sede nas gotas esquecidas no jardim...
Há-de alguém amar o mundo
com a mesma profundidade clara
com que eu amo os corações que adopto no meu peito...
Amores perfeitos que nenhuma ferida amargurada soube em mim rasgar...
Tenho todas as folhas brancas do mundo para escrever novos amores e a doçura do pensamento para os eternizar....

Daniela G Pereira

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quarta-feira, janeiro 11, 2012

Bordados a frio...

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Hoje o frio bordou-se nas mãos

com fios finos que o rosado dos dedos emagrece...

As flores vidraram as cores

e o sol perdeu-se na inutilidade de uma chama

que a brisa fria em ti enaltece...

Hoje o frio bordou-se nas minhas mãos

com agulhas de linho branco

e laços que me prendem as veias.

As flores reclamam que se sentem mais feias

quando lhes tiram o sol dos rostos..

Mas,os cravos ainda se sentem irmãos

e as rosas proclamam-se as mais belas pedintes

escolhidas pelo mais tórrido amante.

Hoje o frio bordou-se nas tuas mãos

como se fosse uma capa de lã alva

que os teus gestos quentes

na solidão jamais arrefece....

Daniela Pereira in "Dois pares de sentimentos e a perfeita questão.. "

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