Estás cansada e quando te sentes cansada,
tu na decisão mais insensata deste mundo, escreves.
Talvez pretendas encontrar um modo lógico de organizar as tuas ideias
e é quando sentes que o teu corpo,
é uma matéria gelatinosa e já pouco sólida...
Que te aproximas mais dos teus pensamentos.
Dos teus pensamentos e dos sonhos que aderem a eles.
Por vezes, acreditas que a tua mente é uma rua
com uma calçada de pedras infinitas.
Por isso, não lhe encontras nem um princípio,
muito menos um meio e sentes em ti,
a impossibilidade de lhe conhecer o fim.
São linhas extensas que no céu da tua cabeça
se cruzam e te mancham na perpetuidade da ordem.
Ficas cansada da realidade e buscas em ti algo
que a demova de ser tão sacana.
Um sorriso bem posto e bem aprumado
ou uma música tão encantadora, que te faça esquecer,
o quanto pode ser estridente o silêncio.
Geralmente escreves, com uma música de fundo,
que corra pelos teus ouvidos numa maratona aleatória de sons,
que te embalem os sentidos, a começar pela esquerda e atravessando
o teu corpo até morrerem exaustos no ouvido da direita.
Que inveja sentes tu dos girassóis
que não têm mãos nem braços e vivem longe das tuas palavras,
mas sempre imersos num raio de sol.
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