Estou enjoada da poesia...
Podes não acreditar, mas a poesia também me enjoa
Enjoa tanto, que até chego a vomitar..
Mas não para fora.
Para fora, só consigo vomitar palavras...
Ponho os dedos em cima dos sentimentos que me chegam à boca e vomito.
O pior vómito é aquele que nasce cá dentro, quando escrevo poesia.
Chega a ser verdadeiramente agoniante...
Só a ideia, de ter que andar a remexer na alma as entranhas,
deixa-me a sufocar no meu próprio fôlego.
Às vezes, engulo a poesia sem mastigar primeiro...
Entra inteira, sem cortes nem raspas.
Engulo tudo, porque os poemas dão-me fome.
Há quem diga, que não se deve comer antes de se ir dormir...
Atrasa a digestão.
Esqueço-me sempre desse conselho,
é este e o das laranjas que são comidas à noite e matam.
Com os sentimentos e a poesia, é igual...
Então quando deixo misturarem-se com as emoções do meu peito!!!
Fico mesmo mal disposta.
Sobem-me os poemas até à cabeça e ela começa a doer
com a intensidade com que eles em mim se movem.
Acredita que tenho mesmo que vomitar..
Mas é mesmo para vomitar tudo o que está por dentro.
Se caio na asneira de deixar esquecida, uma letra que seja...
A poesia não me perdoa e vou ficar
a noite toda a queixar-me com insónias.
Falta-me o ar e cai-me a pique o discernimento e a tensão.
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