Reflectir sobre aquilo que pensas, é duplicar o jogo... é aumentar as expectativas e aldrabar os resultados.
É como se fosses entrar, num jogo de tabuleiro viciado. Mas pensar, só por pensar desagrada-te... aborrece-te talvez.
Um pensamento deve ter um fundo. Deve ser criado com uma paisagem, quase como um cenário de um filme.
Um pensamento deve ter roupa, de preferência roupa cara, com várias camadas que não estão , efectivamente à mostra.
Depois, o teu objectivo profundo, é despir cada uma delas... lentamente e sem qualquer ordem específica.
Assim como um "strip-tease" da mente, com a tua alma a servir de mirone e à espera de classificar a tua performance,
de vulgar até uma mais ousada.
O pensamento devia iniciar-se pela fresca, logo pela manhã ao acordar...
É certo e sabido, que é o momento em que o corpo melhor reage aos estímulos e encontra-se mais desperto.
Certo ?... Não, errado!
Os pensadores inatos, de manhã estão dormentes... reagem aos estímulos quase como , se de robots se tratassem.
Não existem pensamentos profundos, só pensamentos "borracha", daqueles que esticamos e esticamos, até a flexibilidade acabar.
Os pensamentos "borracha", também se apagam fácilmente das nossas cabeças.
São quase ligeiras brisas, que só nos refrescam os neurónios e depois partem desfocados, para outro lugar.
São pensamentos rotineiros, mas que não fazem mossa , na nossa alma.
São corpóreos, efémeros...estalamos os dedos, bebemos um café, corremos sem direção pré-definida e eles somem .
Assim, simplesmente... evaporam-se das nossas ideias.
Agora os sacanas dos pensamentos profundos, esses não...
Esses pagam estadia prolongada, fazem da nossa mente e da nossa alma , autênticos "resorts" de luxo.
E por lá ficam, noites e dias a fio a saborear, o nosso interior como se fosse um mergulho em águas tropicais... quente e irresistivel.
Eu gosto de pensamentos profundos, mesmo que eles me tirem do sério, são desafiantes... como o são todos os jogos de tabuleiro.
Tudo o que nos promove, uma acção- reacção do coração, tem um propósito para existir.
É algo que nos preenche, quando encontramos a solução das nossas incógnitas.
Não é fácil, solucionar os nossos pensamentos... nem sequer é simples, descodificá-los.
É como tentar compreender o significado de um sonho... às vezes, não conseguimos encontrar o fio de ligação à nossa realidade e ficamos chocados.
Chocados não de admiração, "chocados" mesmo de sofrer um choque, daqueles que nos percorrem com electricidade todo o corpo.
Talvez a expressão mais correcta, seja mesmo... "ficamos electrocutados".
Um pensamento profundo dá choque, é algo que fica dentro de nós, como se fosse electricidade pura.
Um raio que nos atinge em cheio e nos penetra pelo coração, irradiando o nosso organismo e iluminando todos os nossos sentidos, até cair no pára-raios que é a nossa alma.
Fica tudo lá... suspenso e flutuando com um desfilar de memórias que se apresentam reflectidas nos nossos olhos.
O pensamento perturba, tira-nos o sono e desafia a nossa capacidade de sentir, sem enlouquecer.
Por vezes, os pensamentos enlouquecem-nos e não há nada a fazer.
Apenas , permitir que a sua loucura, não nos desfigure o carácter e a amplitude do nosso ser. ..
continua, numa reflexão perto de si...
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