Regresso a ti...
Regresso a CASA..
A este lar quente dos meus devaneios da mente.
Tinha saudades tuas e do modo aberto e desprendido, com que me deixavas nas tuas entranhas entrar.
Voltei a casa, ao aconchego, onde deito as minhas palavras, nesta tua cama, vestidas com lençóis de cetim.
Onde exponho o meu corpo, com o mesmo grau de bravura, com que dispo a minha dor.
Sem impor a mim mesma, qualquer limite ou barreira, à minha imaginação e à ousadia do meu ser.
Regresso a ti, de braços nus e violados, só para que o teu abraço, me penetre bem fundo.
O meu beijo
Mural fresco e jovem, que eu quero beijar prolongadamente e recuperar o romance do nosso tórrido passado .
Que bom que é, regressar a ti, minha alma acesa, tão pronta para incendiar a folha de papel.
Que curioso é ver-te aqui, plena de sentimentos
e rebeldias, ainda tão visíveis nos rostos esculpidos em cada parede.
Algumas, sei que já as derrubei, e não deixei nem o vestígio da sua primeira pedra.
Alguém, disse-me um dia, que os passados, nascem com a certeza de que, mais tarde ou mais cedo, serão para serem enterrados.
E os passados enterrados, têm ordem expressa do mundo, para morrerem longe de nós e felizes... E eles morrem, mas escolhem fazer a campa, bem no meio do nosso peito. Enterram-se num buraco bem fundo, para que aos olhos do mundo, pareçam apenas espaços vazios e inofensivos.
Mas tu e eu, sabemos que isso é mentira.. E que os passados, mesmo em nós enterrados e esquecidos, ainda nos matam. São psicopatas do nosso coração, que nos alvejam as catacumbas da mente. E fazem-no sempre, pela calada da noite, para que os nossos olhos despertem.
E os meus olhos despertaram, secos e cristalinos, como tu gostas. Vamos ver o mundo a partir daqui? Como fazíamos antes, com os olhos virados para a lua e a cabeça a viajar, tão distante.
Sem comentários:
Enviar um comentário